Nascemos criados em rotinas e, na maioria das vezes, o script de nossa vida é previsível, assim como o cenário à nossa volta.
A bem da verdade tudo tem um começo, meio e fim e cabe a nós, a sabedoria de conduzir o espetáculo com precisão ou fazendo mudanças necessárias como forma de bem viver.
Nascemos chorando, nos criamos, adolescemos. Daí, surgem espinhas, paqueras, tesão, fricotes. Mudamos de forma, de jeito, de opinião. Mentimos ter mais idade e planejamos: ingressar na faculdade, casar ou comprar uma bicicleta, ter filhos. Concomitante, a vida segue seu compasso. Passam dias, horas, anos. Mudam as estações. As folhas seguem caindo no outono. O calor incitando a tomar um chope gelado, a sonhar com praia para os amantes do sol. Ir ao cinema convida a comer uma pipoca e assim por diante.
Doces rotinas são boas enquanto nos fazem sorrir, mas quando chega o momento de mudar? Como colocar pontos finais? Como lidar com o Adeus? Como sair sem dor de um trabalho, de uma relação, de uma mudança de cidade?
Bom, certamente se você chegou a essa necessidade de mudar foi depois de muitas tentativas de continuar. Não adianta insistir no que sabemos não ter mais volta! Sejamos como fênix - pássaro da mitologia grega que renascia das próprias cinzas – e tenhamos coragem de admitir o que não nos emociona mais: aquele trabalho que nos fazia criar projetos por conta nos finais de semana; ir para balada com os amigos (logo pensamos: será que estamos ficando velhos?); veranear todos os anos no mesmo local, com os mesmo points/bares/pessoas; aquele amor que outrora nos arrepiava a pele e nos fazia perder as horas e, hoje, não nos faz mais esperar.
Tudo muda nas pequenas e grandes coisas da vida! Mudamos o jeito de vestir, o gosto por músicas e leituras. Mudamos o visual, o jeito de beijar, de seduzir. Mudamos de time, de cidade, de trabalho, de amores. E quem é que disse que “sacudir a poeira” pode ser ruim? As possibilidades são inúmeras, mas elas só chegam se permitirmos a chegada. Se o caminho estiver desimpedido e houver disposição. Assim, não tente pular processos ou burlar a dor que faz parte das mudanças, mas apenas busque ser feliz!
- Aceite envelhecer, a hospedar algumas doenças advindas com a idade, a fazer retoque de raiz, a trabalhar a memória não tão ágil;
- Seja tolerante com os amigos que desistiram de você;
- Invista em relações mais serenas e férteis;
- Busque rotinas mais saudáveis e cuide do corpo e da alma;
- Aguente abandonos inexplicáveis e aprenda a viver de pouquinho, sem estardalhaço, pois Millôr Fernandes já dizia: “do mundo nada se leva, mas é formidável ter uma porção de coisas a que dizer Adeus.”
Bons Ventos! Namastê.