No artigo passado, resumi os achados de uma pesquisa nacional com a população brasileira, falando sobre os sonhos da população. Agora é a vez de compartilhar os principais medos dos brasileiros.
Quanto mais faço pesquisa, mais compreendo a importância e a atualidade dos ditos populares. É quase que um clássico dizer que “quem tem saúde, tem tudo” e o povo concorda com essa máxima.
Logo, o tema que mais preocupa o brasileiro é a saúde. E o receio com a saúde envolve tantos outros temas. A população tem medo de ficar doente e não conseguir trabalhar. Quem tem carteira assinada, se preocupa em viver apenas com o auxílio saúde do INSS e aqueles que trabalham na informalidade, de ficar sem renda nenhuma.
Além da questão financeira, a preocupação com a saúde está associada ao acesso ao tratamento. As pessoas temem ter que enfrentar a morosidade do atendimento da saúde pública no acesso a especialistas, exames e cirurgias. Para alguns, só de pensar em ter que ir para um pronto socorro super lotado já causa um pavor.
Também têm os que se preocupam com a morte e expressam isso durante as entrevistas, especialmente as pessoas que são responsáveis por outras, como crianças, idosos ou deficientes. A não garantia do bem-estar da família é um tema que inquieta as mães solo, que se preocupam em demasia com a educação e o futuro de seus filhos.
A segunda grande preocupação tem a ver com a política econômica do país. A população teme a inflação, relatam o medo do aumento da instabilidade financeira do país e de que isso afete ainda mais as suas finanças pessoais. Uns se afligem com o risco de perder o emprego, outros temem a ampliação do endividamento familiar e tem ainda os que se preocupam com o preço dos produtos no supermercado ou com o risco de diminuir o padrão de vida.
Como uma coisa leva à outra, se há risco de aumentar o custo de vida, há risco de ampliar a violência e este tema lidera a preocupação nas grandes capitais. A sensação de insegurança preocupa quem tem filhos jovens que ficam mais expostos nas ruas ou quem mora em cidades ou bairros mais violentos, como as favelas. Os entrevistados relatam medo de assaltos, contam que existe mais estresse nas ruas, dentro dos ônibus e que se preocupam em serem agredidos sem motivo. As jovens relatam seus temores com relação a estupros e ao feminicídio.
As questões climáticas passaram a ocupar um papel na agenda das preocupações. Todo o extremo da natureza preocupa a população, seja frio ou calor extremo. Mas a atenção maior é com desastres climáticos causados por chuva em excesso ou secas que favoreçam incêndios de grande proporção.
E, como não podia deixar se ser, têm aqueles que estão focados no crescimento profissional e o medo de não conseguir passar no vestibular, terminar os estudos ou passar naquele concurso desejado assusta em demasia.
E você, qual o seu principal medo? Já parou para pensar?