O poder de Jesus sobre a natureza
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quarta, 16 de junho de 2021

Chama-nos sempre a atenção o absoluto domínio que Jesus demonstra sobre as enfermidades humanas e sobre o poder do demônio. O Evangelho nos apresenta inúmeras situações nas quais este poder se manifesta, através das curas milagrosas e das expulsões de demônios.

O texto do Evangelho deste Domingo (Marcos 4,35-41) nos revela um outro aspecto deste poder divino de Jesus. Um poder que se manifesta também submetendo os elementos da natureza, especialmente o mar, um símbolo patente da incapacidade humana de dominar forças que estão acima de sua capacidade de controle. Um mundo marcado por mistérios e perigos que fazem o ser humano sentir a sua pequenez. Estas forças misteriosas, que fogem ao domínio do ser humano representam muito bem as forças do mal que na vida, tantas vezes surgem, de forma inesperada, tirando todas as seguranças humanas e fazendo-nos sentir impotentes perante o mal sempre presente e atuante.

O trecho do Evangelho deste Domingo quer nos ensinar que assim também como estas forças poderosíssimas da natureza, da mesma forma o mal está sujeito à onipotência de Deus.

O senhorio de Jesus sobre estes poderes naturais são sinais que nos revelam o poder divino contra toda a espécie de mal. Há um “esquema” de pensamento do Evangelista São Marcos no que se refere a este poder e à dinâmica que devemos aprender, para enfrentar o pecado e as realidades difíceis e sofridas da vida. Frente ao perigo que nos assusta e nos faz sentir impotentes, a invocação confiante ao Senhor leva a uma intervenção divina, que faz brotar a admiração, tal como recitamos no Salmo Responsorial de hoje (Salmo106) e o autêntico temor de Deus. Naturalmente não é vontade do evangelista salientar um tipo de fé interesseira, que só recorre ao Senhor nos momentos dramáticos e difíceis. A intenção é a de nos fazer ter absoluta confiança em Deus, que jamais nos abandona à nossa própria sorte, especialmente nas horas ruins da vida.

Na 1a Leitura (Jó 38,1.8-11) aprendemos que Deus jamais deixa de estar presente em nossas realidades diárias. Esta presença se faz sentir especialmente nos momentos difíceis. A dor e o sofrimento constituem um mistério para o ser humano. Mas a certeza da presença de Deus junto a nós nos faz sentir-nos cuidados em todas as horas da vida.

Na 2a Leitura deste Domingo (2 Coríntios 5,14-17), São Paulo nos ensina a importância de adquirir um novo ângulo em nossa visão em relação às pessoas e ao mundo. O fato de sermos cristãos e seguidores de Cristo nos coloca em uma nova perspectiva: aquela de não considerar mais nada tão somente sob o paradigma da carne, isto é, a partir de uma simples visão humana. Quem foi iluminado pela luz de Cristo adquire uma nova capacidade: a de compreender tudo e todos a partir da fé. Nisto também consiste a vida nova em Cristo: a de divinizarmos também a nossa compreensão das realidades humanas.

Cristo Nosso Senhor exerce um domínio sobre o mundo e a história humana.

Em cada Eucaristia que nós celebramos, adquirimos a certeza de que Ele está sempre conosco, tanto nos momentos dramáticos de nossa vida como também na normalidade de um dia a dia vivido sob a luz da fé.

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