O mundo gira em torno do amor, embora muitos não admitam ou até atestem sua inexistência. Inclusive, nascemos a partir de um amor, e ao longo da vida experimentamos suas várias facetas. Dos amores, indubitavelmente o amor materno é o mais incondicional e verdadeiro, por ser um sentimento que visa doar e não receber e por ser um amor que não muda de nomes, pois é eterno.
O conceito do que é ser mãe remonta ao século 17, época em que as mães eram biológicas, uma vez que os cuidados com o recém-nascido ficavam a cargo das amas de leite. A responsabilização da figura materna como educadora e responsável pela saúde física e emocional da criança só foi surgir no século 18, com o tratado da educação de Rousseau. Houve um grande hiato de tempo até meados do século XX quando a equivalência de gêneros e a dupla jornada de conciliar trabalho com cuidados com o lar e os filhos, apontou o possível conflito da mulher em conjugar ser mãe e profissional. Atualmente, com as diversas conjunturas familiares existentes, encontramos mães que trabalham; outras que preferem ser do lar; avós, pais e tios que fazem o papel de mãe ou babás que são tão amadas como as mães. Então, se percebe que embora as mães sejam indicadas para os cuidados com o filho, outras pessoas podem ocupar esse papel, que seja temporário.
Sobre os festejos alusivos ao dia das mães, a prática teve os seus primórdios na Grécia em honra a Rhea, a mãe dos deuses. Séculos depois, a Inglaterra começou a dedicar o quarto domingo da Quaresma às mães das operárias inglesas - o "Mothering Day" -, sendo a data posteriormente oficializada no segundo domingo do mês de maio, pelo então presidente dos Estados Unidos, em 1914. Como toda efeméride, uma vez por ano comemoramos o dia daquela que nos trouxe à vida, e por vezes muito descaso de um ano, tenta ser sanado com um presente ou um almoço em família. Pois é, as mães não deveriam ser lembradas apenas pelo burburinho que o comércio nesta época do ano provoca, farto de propagandas e de famílias perfeitas como nos comerciais de margarina.
As mães já foram muito homenageadas no que tange as belas-artes, em específico nas áreas da pintura, escultura, música e literatura, na medida em que os artistas não pouparam esforços, tão pouco economizaram criatividade para decanta-las. A escultura sacra esculpida em mármore, La Pietà de Michelangelo, é a maior representação da imagem materna, devido a expressividade que transmite ao vermos Maria assistir o corpo do filho já desfalecido. Na música, não faltam referências como a famosa composição de Roberto Carlos, Lady Laura, onde o cantor declara seu sentimento à mãe “Tenho às vezes vontade de ser novamente um menino. E na hora do meu desespero gritar por você. Te pedir que me abrace e me leve de volta para casa. E me conte uma história bonita e me faça dormir.” Ou ainda, nas canções de Lennon que perdeu a mãe com 17 anos “Julia” e “Mother”. Porém, é na poesia que se encontra a expressão maior do sentimento de gratidão e afeto, sendo um de seus expoentes Drummond de Andrade: “Fosse eu Rei do Mundo, baixava uma lei: Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto de seu filho e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho.”
Bons Ventos! Namastê.
