Quando o universo conspira
*Os textos e artigos aqui publicados são de inteira responsabilidade de seus autores, e não traduzem a opinião do jornal O Alto Uruguai e seus colaboradores
sexta, 17 de janeiro de 2025

Quem nunca parou para refletir sobre a trajetória de sua vida? Se é fruto do acaso, se estava predestinado ou se é resultado de nossas escolhas? Há uma dicotomia nesse entender, pois enquanto para alguns nem tudo é uma questão de escolha – uma vez que acreditam que o universo pode conspirar a favor ou contra o nosso destino -, para outros, não existem coincidências na medida em que acreditam ser possível termos o controle de nossas vidas a partir de tomadas de decisões corretas. Então, somos produtos do acaso ou do destino? Esse impasse pode não nos levar a uma única certeza, contudo, nos auxilia a pensar sobre como estamos gestando nossa vida. A angústia de saber se o destino nos comanda, remonta a Grécia Antiga – período em que os pensadores advogavam que aquilo que acontece para uma pessoa tinha algum tipo de relação com o caráter dela – como afirmava Heráclito, que “o caráter de um homem é o seu destino”. O assunto também já foi muito discutido na seara da psicologia tendo na análise junguiana a dimensão da sincronicidade de eventos, ou seja, como se estivéssemos inconscientemente sempre conectados a outras pessoas e eventos que nos ocorrem. O cerne da questão é que o ser humano costuma buscar incessantemente explicações para aquilo que não entende, que não controla e, consequentemente teme. Assim, quando o assunto é “destino”, não poderia ser diferente, surgem vários axiomas e teorias como forma de nos tirar a responsabilidade da escolha. Ao passo que nos assusta a ideia de viver sem prever o amanhã, talvez fosse mais dramático saber com antecedência os fatos que nos acontecerão, seja porque gerariam tristeza ou por perder o sabor do inusitado. O músico Humberto Gessinger – escritor e líder da banda Engenheiros do Hawaii -, comenta em uma de suas músicas “Se eu soubesse antes o que sei agora, erraria tudo exatamente igual” e ainda, na mesma melodia, “Se eu soubesse antes o que sei agora, iria embora antes do final”, pois é. A contingência de nossa caminhada nos impressiona quando há convergência de encontros improváveis, sinistros em que somos poupados e quebras de protocolo que nos levam a surpresas agradáveis ou não, e mudam totalmente o curso das coisas. Acredito que vivemos ciclos na roda da vida e que os “acasos” são bem-vindos por mais que não consigamos entender, em um primeiro momento, seus meandros. Assim, costumo me largar ao vento para que o universo se encarregue de conspirar a meu favor. Coisa boa saber que a vida é plena de possibilidades e que tudo é possível quando começamos a desejar, pois as vezes nos esquecemos de pedir que coisas boas nos aconteçam sendo mais fácil reclamar do que não aconteceu. Conspire a seu favor, “Quando você quer alguma coisa, todo o universo conspira para que você realize o seu desejo.” (Paulo Coelho)

                                                                                                Bons Ventos! Namastê.

Fonte: