Incentivada desde pequena a criar hábitos diários de leitura, a jornalista Isabela Vanzin da Rocha, de 22 anos, tornou-se personagem principal de uma reportagem do jornal O Alto Uruguai, em 2006, quando tinha apenas oito anos de idade. Naquela época, Isabela conquistou o marco de ter lido mais de 400 livros, sendo também a bicampeã da categoria “Contação de Histórias”, na Feira do Livro de Frederico Westphalen.
Anos depois, Isabela, que se formou recentemente em Jornalismo, pela UFSM-FW, garante que o hábito da leitura na infância foi um fator essencial para que ela escolhesse, mais tarde, a sua profissão.
– Quando eu era pequena, gostava de ler histórias ficcionais, mas quando meus livros acabavam e eu não podia comprar novos, eu lia o jornal e até mesmo bula de remédio. O incentivo à leitura veio da minha família, assim como a compreensão da importância da imprensa ao exercer a manutenção da democracia e da informação, então tudo sempre caminhou junto – destaca Isabela.
Interesse pelos livros e letras
Despertar a imaginação, a criatividade e melhorar a aprendizagem são algumas das inúmeras vantagens de introduzir a leitura na rotina da criança nos anos iniciais de estudo. Com a Isabela, o interesse pelos livros e letras começou também desde cedo e lhe rendeu o destaque em outros eventos culturais no município. Quando criança, a menina participou do 5º Simpósio Nacional de Educação, 6º Curso Pedagógico de Amigos do Saber e 3º Encontro de Professores de Educação Física da Amzop, realizado na URI, em julho de 2006, quando contou a história “A centopeia que sonhava”, para um público de mais de 1,5 mil pessoas. “A leitura é definitivamente essencial, além de ser um dos meus hobbies favoritos é também algo necessário nos meus estudos e no meu trabalho”, afirma Isabela.
Aos oito anos, Isabela estudava na Escola Cardeal Roncalli, em FW, e também já inspirava outros colegas. Em casa, a menina colecionava um acervo com mais de 300 livros infantis, distribuídos entre prateleiras e no guarda-roupa.
– Acho que, assim como qualquer outro exercício de estudo, a leitura deve ser tirada do local de elitização em que foi colocada. A leitura deveria ser um direito de todos, e infelizmente no Brasil ainda há um alto nível de analfabetismo, um dos fatores que leva a população a enxergar a leitura como algo erudita. Mas a leitura está em tudo. No letreiro da farmácia, nas etiquetas do supermercado, no jornal recebido pelas manhãs e no aplicativo de mensagens no celular. A leitura só traz benefícios, e acredito que o primeiro passo de construir o hábito de leitura é perceber que ela é algo humano e próximo da nossa realidade – garante Isabela.
Inspiração para contar histórias
Apaixonada desde pequena por grandes histórias, Isabela criou o Instagram “Humanos de FW” (@humanosdefw), voltado a entrevistar e fotografar moradores do município, oferecendo voz a essas pessoas, independentemente de quaisquer diferenças sociais e econômicas. A página surgiu como inspiração de uma outra conta na rede social, "Humans of New York", que Isabela acompanha desde que era bem novinha.
– Quando conheci a página, já tive vontade de reproduzir aqui em minha cidade, mas não me sentia preparada para fazer isso. Sempre fui muito tímida, o que foi uma dificuldade que tive que superar com a profissão que escolhi, e também sabia que eu tinha muito a aprender de escrita e fotografia antes de tornar a ideia realidade. Agora, finalmente formada em Jornalismo, me sinto preparada para dar vida a esse projeto que estava engavetado há muito tempo – assegura.
Confira quatro sugestões favoritas de leitura pela Isabela Vanzin da Rocha
“Demian”, de Hermann Hesse
(Foto: Divulgação)
“Os Miseráveis”, de Victor Hugo
(Foto: Divulgação)
“Os sete maridos de Evelyn Hugo”, de Taylor Jenkins Reid
(Foto: Divulgação)
“Aqueles que se afastam de Omelas”, de Ursula K. Le Guin
(Foto: Divulgação)