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Região
Produtores farão protestos em FW e Palmeira por securitização das dívidas nessa sexta
Mobilizações ocorrem no quilômetro 37 da BR-386, e no Trevo Norte da ERS-569, a partir das 8 horas
Por: Diego Macagnan
Publicado em: quinta, 29 de maio de 2025 às 15:52h
Atualizado em: quinta, 29 de maio de 2025 às 15:59h

Produtores rurais realizam nessa sexta-feira, 30, manifestações públicas em Frederico Westphalen e Palmeira das Missões, com o objetivo de pressionar pela aprovação do Projeto de Lei 320/2025. De autoria do senador Luís Carlos Heinze (Progressistas), essa pauta trata da securitização das dívidas do setor agropecuário e já foi aprovado na Comissão de Agricultura do Senado, mas ainda precisa tramitar em outras comissões antes de seguir para o Plenário.

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Em Frederico Westphalen, o ato está marcado para iniciar às 8 horas, no quilômetro 37 da BR-386, nas imediações do Posto da Lagoa, com a participação de agricultores de municípios vizinhos como Taquaruçu do Sul, Vicente Dutra, Caiçara, entre outros, e a previsão é de que a rodovia não seja bloqueada, mas que os manifestantes distribuam panfletos explicativos sobre a proposta de securitização das dívidas e os motivos da mobilização, a qual tem apoio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Frederico Westphalen e já foi comunicada à Polícia Rodoviária Federal (PRF), devendo se estender até as 17 horas.

De acordo com o presidente do STR-FW, Amarildo Manfio, a mobilização é uma resposta direta à ausência de medidas concretas por parte do Governo Federal diante da crise enfrentada no campo, agravada por quatro períodos de estiagem nos últimos anos, por uma enchente histórica e pela queda dos preços agrícolas que comprometeram a capacidade de produção e pagamento dos produtores:
“Essa mobilização é um direito do agricultor, porque ele está descontente com toda essa situação, com o governo não trazendo soluções nem ajuda para amenizar os problemas climáticos que tivemos nos últimos anos. Foram quatro estiagens, uma enchente histórica, além da baixa nos preços e na produção. O agricultor não está conseguindo honrar seus compromissos financeiros e bancários. Ele quer pagar suas dívidas, quer continuar produzindo, mas neste momento precisa de apoio. A securitização é isso: pegar essa dívida e prorrogar por até 20 anos com a mesma taxa de juro, dando um fôlego para ele se reorganizar”, afirmou.

O dirigente sindical também cobrou mudanças nos critérios de acesso aos programas de apoio agrícola, como o Proagro, e defendeu a legitimidade dos atos, destacando que a presença dos agricultores nas ruas é um reflexo da falta de alternativas viáveis. “O agricultor não queria estar protestando, o lugar dele é na propriedade, trabalhando, mas diante das circunstâncias, sem respostas do governo, ele está tomando a iniciativa junto com as entidades. Essas manifestações são legítimas. Nós, como sindicato, apoiamos porque a nossa bandeira é a do agricultor”, completou Manfio.

Em Palmeira das Missões, o ato é coordenado pelo Sindicato Rural do município e ocorre a partir das 9 horas no Trevo Norte da ERS-569, reunindo produtores rurais, representantes de entidades do setor agropecuário e de outros segmentos econômicos regionais, como forma de reforçar o apoio ao projeto de lei que busca permitir aos agricultores reorganizarem suas dívidas em longo prazo, em função das sucessivas crises climáticas e econômicas.

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Palmeira das Missões, Ivonei Librelotto, a proposta de renegociação anunciada pelo governo federal contempla uma parcela muito pequena dos produtores atingidos, e a aprovação do PL 320/2025 se tornou essencial para garantir a sobrevivência de milhares de propriedades rurais:
“Sabemos que o governo acenou com uma possibilidade de renegociação, mas isso atende menos de 20% dos produtores afetados por essa grave crise climática e financeira. Realizamos uma reunião com mais de 80 pessoas de vários segmentos da sociedade aqui de Palmeira e da região e foi praticamente unânime: a crise atingiu todo o setor primário. O agro é a engrenagem que move toda a economia regional e nacional. Sem essa reestruturação, corremos o risco de colapso produtivo”, declarou.

Librelotto também destacou que a mobilização desta sexta-feira integra uma agenda contínua de protestos realizados por sindicatos e entidades rurais em diversas regiões do Estado:
“Estamos chamando a região para o movimento em defesa da securitização. Tenho certeza de que teremos um grande ato aqui em Palmeira, com ampla adesão. Já são três semanas de mobilizações, com ações em Porto Alegre e outras cidades. A nossa pauta é clara e urgente: precisamos de soluções efetivas”, finalizou.

Fonte: Jornal o Alto Uruguai