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Saúde
Alopecia areata: uma doença que ocasiona queda de cabelo e pelos
Por: Susi Cristo
Publicado em: terça, 28 de março de 2023 às 09:49h
Atualizado em: terça, 28 de março de 2023 às 10:08h

Uma condição caracterizada pela perda de cabelo ou pelos em áreas arredondadas ou ovais do couro cabeludo, ou em outras partes do corpo, como cílios, sobrancelhas e barbas, a alopecia areata, conhecida popularmente como “pelada”, pode acometer 1% a 2% da população, afetando ambos os sexos, e pode surgir em qualquer idade.

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É inflamatória
Alopecia areata é uma doença inflamatória que provoca queda de cabelos e/ou pelos. Essa queda leva, frequentemente, à formação de falhas em formatos circulares, que variam em extensão de uma pessoa para outra. Além disso, a alopecia areata pode se manifestar com queda e rarefação difusa dos cabelos, uma apresentação atípica e mais rara, chamada alopecia areata difusa ou incógnita. Em algumas situações, a pessoa pode chegar a perder todo o cabelo da cabeça, em uma condição rara denominada alopecia areata total. Há, também, aqueles que perdem todos os pelos do corpo, um tipo de alopecia areata conhecida como universal.
É importante destacar que em casos de alopecia areata pode ocorrer um novo crescimento do cabelo na área acometida. Isso se deve ao fato de que a doença não provoca a destruição dos folículos pilosos, tornando-os apenas inativos.
A alopecia areata não deve ser confundida com outras formas de queda de cabelo, portanto, é importante que um médico seja procurado para que o diagnóstico correto seja realizado. Dentre outros problemas que podem levar à queda de cabelo podemos citar infecção por determinadas espécies de fungo, uso de alguns produtos químicos, alimentação inadequada, uso de alguns medicamentos e estresse. Além disso, o parto e tratamentos como quimioterapia podem levar à perda de cabelo.

O que causa a doença? 
A alopecia areata não é uma doença contagiosa e também não é causada por uso de produtos químicos. Trata-se de uma doença multifatorial com componentes genéticos e também autoimunes. Nesse caso, observa-se que o próprio sistema imunológico do indivíduo dispara uma resposta imunológica que afeta o folículo piloso, fazendo queda de cabelos e impedindo o crescimento dos fios. 
É importante lembrar que situações de estresse podem ser um gatilho para piorar o quadro ou iniciar a queda de cabelo. Além do estresse, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) destaca que traumas físicos e infecções também podem desencadear ou agravar a condição.

Como tratar?
Existem diferentes tipos de medicamentos para controlar o problema. O seu médico poderá indicar, por exemplo, produtos de uso tópico, comprimidos ou até mesmo injeções, dependendo da idade do paciente e do caso em questão. Porém, é importante destacar que o tratamento indicado para um paciente não será necessariamente eficiente para outro.
Na maioria das pessoas, observa-se o crescimento de pelos novamente nas áreas atingidas. Porém, cada indivíduo é único e, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, em alguns pacientes nenhum tratamento conhecido é eficaz. É importante frisar que mesmo em indivíduos em que o cabelo nasce novamente, lesões podem reaparecer. Ao observar o surgimento de falhas, o médico deve ser novamente procurado.
É importante destacar, também, que a doença, apesar de não provocar risco grave à saúde física, pode gerar graves problemas emocionais, uma vez que afeta a autoestima das pessoas. Assim sendo, o acompanhamento psicológico pode ser também parte importante do tratamento.

Identifique!
*Alopecia areata em placas
Caracteriza-se pelo aparecimento de uma ou mais placas de alopecia (área sem cabelos) no couro cabeludo e/ou outras áreas do corpo. Em raros casos, pode ocorrer a perda total dos cabelos. Estima-se que 80% dos pacientes apresentam uma placa única, 2,5% duas placas e 7,7% várias placas. As principais áreas acometidas são couro cabeludo (67-95%), barba em homens (28%), sobrancelhas (3,8%) e extremidades (1,3%).

*Alopecia areata difusa 
Caracteriza-se por rarefação difusa dos cabelos. Pode-se manifestar como forma inicial de alopecia areata, principalmente, em crianças e adolescentes, ou surgir a partir da forma em placa. A forma difusa da doença é, talvez, a de mais difícil diagnóstico, pois outras causas precisam ser excluídas por exames sorológicos e biópsia do couro cabeludo.

Colaborou
Layla Baroncello Locatelli
(CRM/RS 39124)
Médica graduada pela Universidade Federal de Pelotas, possui residência médica em Cirurgia geral e pós-graduação em Dermatologia Clínica e Cirúrgica.

Fonte: Jornal O Alto Uruguai
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