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Status sanitário
RS recebe chancela de Estado Livre de Aftosa
Exportações de carne gaúcha podem crescer 1,2 bilhão de dólares por ano
Por: Tamara Martins
Publicado em: sexta, 28 de maio de 2021 às 14:31h
Atualizado em: sexta, 28 de maio de 2021 às 14:35h

O Rio Grande do Sul recebeu na quinta-feira, 27, durante a 88ª Sessão Geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), o selo de Estado Livre de Aftosa sem vacinação. O novo status sanitário permitirá acesso a 70% dos mercados que hoje permanecem fechados para a carne gaúcha. A estimativa, com isso, é de que as exportações possam crescer mais de 1,2 bilhão de dólares por ano. 
O deputado federal e ex-secretário de Agricultura do RS, responsável por liderar o projeto, Covatti Filho (PP), explica que o mercado aquecido resultará em um incremento, a longo prazo, de até 30% no preço pago ao produtor. Os ganhos, segundo ele, estendem-se a toda a cadeia produtiva da carne. 
– Recentemente, o Grupo JBS definiu investimento de R$ 1,7 bilhão na expansão de sete frigoríficos no Estado. A escolha do Rio Grande do Sul se deu pela mão de obra qualificada que temos, mas também em razão dessa perspectiva de abertura de novos mercados. Quando o campo vai bem, há um segmento da indústria que se beneficia, gerando empregos e fazendo com que mais dinheiro circule na economia dos municípios gaúchos – explica o deputado. 
Covatti Filho destaca que o novo status sanitário só foi conquistado devido à dedicação dos pecuaristas gaúchos e o investimento do governo do Estado em ações de defesa sanitária. “Nos dois anos em que estive à frente da pasta e com apoio do governador Eduardo Leite, aplicamos R$ 10 milhões para qualificar a inspeção e estruturar um programa capaz de manter esse status daqui para frente”, explica. 
A Comissão de Pecuária Orgânica (CPO), do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS), destaca ainda que os médicos-veterinários desempenharam papéis estratégicos na cadeia produtiva e atuaram diretamente na fiscalização sanitária, vigilância, proteção das fronteiras e conscientização. Além das fiscalizações no transporte de cargas de animais e produtos de origem animal, além de orientações quanto à sanidade de toda a cadeia produtiva. Segundo o fiscal estadual agropecuário, Jailo Fernando Boesing, que responde pela Inspetoria de Defesa Agropecuária de Frederico Westphalen, esse reconhecimento internacional é fruto do trabalho e esforço de vários setores que têm ligação com a agropecuária gaúcha. “O processo começa lá no produtor rural, que adotou as medidas necessárias ao longo deste processo de erradicação, e se estende até as entidades representativas”, afirma. 
Dentre os trabalhos desenvolvidos pelos profissionais durante o processo, podem ser citados a educação sanitária, a implantação do sistema de controle de rebanho, de saldo e movimentação animal, campanhas de vacinação, fiscalização da movimentação animal e de produtos, tanto dentro do Estado quanto aqueles que chegam de fora. 
 Ainda segundo a inspetoria, em caso de reintrodução da doença o plano de ação já está pronto para ser executado. “Estamos cientes de que nossa responsabilidade aumentou ainda mais com esse certificado, então já temos toda uma estrutura montada para uma resposta rápida em casos de necessidade, com o reestabelecimento do status sanitário”, frisa. 
Manutenção do status é preocupante
A tendência é de que o Estado não consiga manter as condições necessárias para assegurar o status conquistado, e isso passa a ser preocupante, porque sem suporte estadual e federal, não há como sustentar a estrutura de fiscalização, tornando escassos os recursos qualificados para as atividades de manutenção. Desta forma, o CRMV-RS afirma que serão necessárias contratações de mais servidores para atuar na Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural.
 

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Fonte: Jornal O Alto Uruguai, com informações da Secretaria Estadual da Agricultura
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