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Energia
Impactos da estiagem em reservatórios hidrelétricos gaúchos são amenos
Conforme a ONS, as bacias hidrográficas do Jacuí e Uruguai estão com níveis estáveis de água
Por: Joana Kraemer
Publicado em: sexta, 14 de janeiro de 2022 às 12:00h
Atualizado em: sexta, 14 de janeiro de 2022 às 11:08h

Apesar da estiagem atualmente estar castigando fortemente vários municípios do Rio Grande do Sul e especialmente o setor do agronegócio, os principais reservatórios de hidrelétricas localizados no Estado não apresentam uma situação preocupante. Conforme dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), na quarta-feira, 12, seis reservatórios de duas importantes bacias hidrográficas, Jacuí e Uruguai, estavam com níveis que variavam de 30,14% a 54,82%.

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Os seis complexos em questão são Ernestina (volume útil atual de 54,82%), Passo Real (41,41%), Passo Fundo (43,33%), Campos Novos (40,60%), Barra Grande (37,46%) e Machadinho (30,14%). O diretor da Siclo Consultoria em Energia Paulo Milano afirma que os percentuais apontados, para essa época do ano, podem ser considerados normais. “Está em um nível totalmente aceitável”, frisa o consultor.

Outro ponto ressaltado por ele é que, como o sistema elétrico nacional é interligado, podendo transferir energia entre os Estados e a maior potência de geração hidrelétrica do Brasil se concentra na região Sudeste/Centro Oeste – cerca de 70% da capacidade do país –, o mais importante, do ponto de vista de atendimento energético, é que os reservatórios dessa área apresentem boas condições. Também segundo informações do ONS, na quarta-feira o índice de Energia Armazenada (EAR) nos reservatórios do subsistema Sudeste/Centro Oeste era de 34,51%. O número pode parecer baixo, mas em setembro do ano passado o volume era de 16,72% da capacidade do valor máximo armazenável.

O especialista que considera o panorama do abastecimento hidrelétrico no Rio Grande do Sul como sob controle é o diretor do departamento de energia da Secretaria estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, Eberson Silveira. “Não é uma situação preocupante”, enfatiza o dirigente, reiterando que, para não haver problemas quanto ao fornecimento de energia no País e até mesmo no Estado, é importante que a região Sudeste/Centro Oeste não esteja passando dificuldades.

Nesse sentido, Silveira salienta que o nível de armazenamento dos reservatórios naquela área continua evoluindo de patamar. Ele acrescenta que o subsistema Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) representa apenas 6,9% do armazenamento hidrelétrico do sistema interligado. O diretor ressalta ainda que o Brasil tem diminuído sua importação de energia. No começo da tarde desta quinta-feira (13), ele informa que a geração hidráulica era responsável por 76% da produção elétrica no País e não havia registro de aquisição do insumo de outras nações.

Já o engenheiro eletricista e assistente executivo da diretoria de Geração da CEEE Geração, Marcelo Frantz, explica que o ONS determina a operação das usinas observando a situação energética do País como um todo. “Imagino que a estratégia dele seja de preservar nossos reservatórios (no Rio Grande do Sul), porque entramos desde o mês de novembro no nosso período de menor afluência”, argumenta Frantz. Ele reforça que a ação do operador nacional do sistema é no sentido de tentar evitar que os reservatórios alcancem níveis críticos.

Particularmente a região Sul do Brasil já viveu cenários mais precários quanto ao abastecimento hidrelétrico do que o atual. Se foram levados em conta Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o índice de Energia Armazenada nos principais reservatórios desse subsistema na quarta-feira era de 40,34%. Em abril de 2020, por exemplo, quando também se enfrentou problemas com a falta de chuva, esse percentual era inferior a 17%.

Fonte: Jornal O Alto Uruguai, com informações Jornal do Comércio
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