O União Frederiquense confirmou sua adesão ao Protocolo Zero: Fim de Jogo para o Racismo, campanha organizada pela Federação Gaúcha de Futebol (FGF) em parceria com a Associação de Afroempreendedorismo Odabá e o Observatório Racial do Futebol, cuja ação em Frederico Westphalen será realizada durante a partida contra o Santa Cruz, marcada para o dia 15 de junho, às 15 horas, na Arena União.
Durante a disputa da Série A2 do Campeonato Gaúcho de 2025, todos os clubes mandantes foram convidados a promover atividades de conscientização voltadas à prevenção do racismo nos estádios, sendo que a campanha prevê a realização de uma ação por rodada em cada cidade-sede, totalizando 14 partidas com intervenções do projeto.
As ações incluem a distribuição de materiais informativos e brindes ao público, a presença de ex-jogadores negros indicados pelos clubes anfitriões e a entrada dos times em campo com camisetas da campanha, com o objetivo de ampliar o alcance da mensagem e envolver diretamente os torcedores nas discussões sobre práticas discriminatórias.
Está prevista também a presença de representantes da FGF, da Odabá e do Observatório Racial do Futebol em todas as edições do projeto, sendo que, em Frederico Westphalen, essas lideranças participarão de atividades com a torcida local e membros da comunidade, promovendo o diálogo e o esclarecimento sobre os objetivos da iniciativa.
O projeto conta ainda com a atuação dos chamados Observadores de Intolerância, profissionais indicados e coordenados pelo Observatório Racial do Futebol, que acompanharão todas as partidas da competição com a responsabilidade de auxiliar as equipes de arbitragem na identificação e no registro de condutas discriminatórias durante os jogos.
Como preparação para a implementação do projeto, a FGF realizou no dia 12 de maio uma reunião técnica com delegados e fiscais de partida, com o objetivo de alinhar os procedimentos operacionais e garantir a efetividade das ações previstas ao longo do campeonato.
Punições
Entre as manifestações racistas mais recorrentes nos estádios estão a imitação de sons de macaco, a realização de gestos que simulam macacos, a exibição ou o arremesso de bananas em campo, os insultos verbais de cunho racial e os cânticos com mensagens discriminatórias, práticas que o Protocolo Zero busca enfrentar por meio de prevenção, fiscalização e responsabilização.
Com base em decisão aprovada durante um Conselho Técnico Extraordinário promovido pela FGF em abril, o regulamento da Série A2 passou a incluir sanções específicas para casos de racismo e injúria racial, com penalidades que podem variar de advertência formal à perda de mando de campo, aplicáveis aos clubes cujos torcedores, atletas ou membros da comissão técnica estiverem envolvidos em atos discriminatórios.
A campanha, além das medidas disciplinares, busca estabelecer práticas de monitoramento e diálogo contínuo, com o propósito de coibir manifestações racistas e contribuir para a construção de um ambiente mais seguro e inclusivo no futebol profissional do Rio Grande do Sul.