O Índice de Conectividade Rural (ICR) mede a capacidade de um dispositivo de interagir com outros computadores, redes e com a internet. Diante disso, o Rio Grande do Sul chama a atenção por ter apresentado uma leve redução no ICR em relação a 2024. A pontuação — que, quanto mais próxima de 1, melhor é — caiu de 0,638 para 0,557.
Avaliação
De acordo com a equipe técnica da ConectarAgro, a redução na média do Índice de Conectividade Rural (ICR) no Estado pode ser atribuída a três fatores principais. Um deles é o aumento significativo no número de imóveis rurais com Cadastro Ambiental Rural (CAR) ativo, consequência das exigências da Lei do Georreferenciamento. Embora esse avanço represente um progresso importante na formalização fundiária, ele também incluiu muitas propriedades que ainda não contam com cobertura adequada de internet.
Além disso, houve uma expansão das áreas destinadas à preservação ambiental dentro das propriedades rurais, o que impacta negativamente o índice. Por fim, as variações nas matrículas escolares em zonas rurais, somadas ao fechamento de unidades educacionais no campo, também contribuíram para a queda da pontuação do Estado nesse componente do ICR.
Paola Campiello, presidente da ConectarAgro, destaca que, apesar dos desafios apontados, o levantamento evidencia um progresso consistente na digitalização do campo: “A digitalização do campo está se expandindo de forma clara e contínua”, ressaltou.
Comparação
Atualmente, o estado ocupa a 12ª posição no ranking de conectividade rural. Apesar de estar em 12º lugar entre as unidades federativas, o estado supera a média nacional de conectividade rural, que em 2025 fechou com índice de 0,493.
Os dados são desenvolvidos pela ONG ConectarAgro, em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV). A ferramenta é utilizada para identificar as regiões que mais demandam investimentos em infraestrutura digital.
No topo do ranking estão o Distrito Federal (0,754), São Paulo (0,720) e Sergipe (0,710). Os estados do Sul apresentam desempenhos semelhantes, com o Paraná (0,558) à frente do Rio Grande do Sul, seguido por Santa Catarina (0,549).
Porto Alegre teve uma leve queda no índice, passando de 1,0 para 0,997. Pelotas também registrou recuo, de 0,6717 para 0,589. Em contraste, municípios como Cachoeira do Sul e Camaquã apresentaram avanços: o primeiro subiu de 0,3244 para 0,330, enquanto o segundo passou de 0,2657 para 0,3751.
