Houve pequena evolução na semeadura do milho no Rio Grande do Sul, abrangendo 79% da área planejada no Estado, que é de 817.521 hectares para a Safra 2023/2024. Alguns agricultores já concluíram o plantio da safra principal e planejam complementar a área estimada em safrinha. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado na quinta-feira, 9, pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), 75% das lavouras gaúchas estão em germinação e desenvolvimento vegetativo, 20% em floração e 5% em enchimento de grãos. A cultura continua a demonstrar desenvolvimento satisfatório, com plantas de estatura elevada, folhas largas e coloração verde intensa. Porém, nas folhas mais jovens, são observados sintomas de amarelecimento entre as nervuras, característicos da falta de luminosidade.
Na região de Frederico Westphalen, 50% da área de cultivo está em estágio de germinação e desenvolvimento vegetativo; 50% em fase de floração; e 10% em fase de enchimento de grãos. De acordo com o gerente regional da Emater/RS-Ascar de FW, Luciano Schwerz, a expectativa de produtividade é de 8.452 quilos por hectares.
As condições climáticas são favoráveis ao desenvolvimento, contudo, algumas lavouras sofreram impactos negativos, decorrentes de chuvas intensas, acompanhadas de ventos e granizo. Esse cenário resultou em acamamento das plantas, que representará dificuldades no momento da colheita e de ensilagem da cultura. “Neste momento o que mais tem nos preocupado é o excesso de chuva, que tem causado problemas na polinização, dificultando o controle de doenças foliares, inclusive com alta incidência de doenças de difícil controle como a xanthomonas, que é uma das principais bacterioses na cultura do milho, a qual causa danos às lavouras, devido à sua rápida disseminação e difícil controle”, complementa Schwerz.
Soja: ao iniciar novembro, que é o segundo mês do período recomendado para o plantio, de acordo com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), a semeadura ainda abrange uma parcela reduzida da área destinada ao cultivo. Apenas 13% da área planejada foi efetivamente semeada, devido à frequência das precipitações, que mantêm a umidade do solo acima dos níveis ideais para a operação, e devido à concentração das atividades finais da safra de inverno, em que se destaca a colheita de trigo.
O processo de semeadura da soja foi priorizado em terrenos onde a quantidade de resíduos vegetais resultantes das culturas de inverno ou das plantas de cobertura é reduzida, o que acelera a diminuição da umidade superficial. No entanto, em função da ainda elevada umidade, observa-se maior revolvimento do solo, gerando dificuldades na uniformidade da deposição das sementes.
Culturas de inverno – novas projeções
Conforme a nova estimativa da Safra 2023, realizada na segunda quinzena de outubro pela Emater/RS-Ascar, a área efetivamente cultivada é de 1.986.491 hectares. A projeção inicial para a safra de inverno de 2023 no Rio Grande do Sul indicava uma área total de 1.973.903 hectares, representando um aumento de 0,64% nos cultivos. No entanto, as projeções para a produção inicial eram de 5.625.846 toneladas, abrangendo trigo, cevada, aveia branca e canola. Devido aos eventos climáticos adversos observados, decorrentes do fenômeno El Niño, houve uma redução de 25,10% na produção, totalizando apenas 4.213.854 toneladas.
Trigo: conforme a nova estimativa da safra 2023, a área cultivada de trigo totaliza 1.516.236 hectares, o que representa aumento de 0,7% em relação a 1.505.704 hectares inicialmente previstos. A produtividade esperada era de 3.021 kg/ha, no entanto a estimativa atual aponta 2.164 kg/ha, representando redução de 28,38%. Essa diminuição pode ser atribuída principalmente aos efeitos do fenômeno El Niño, como o excesso de chuvas e a ocorrência de outros fatores, como geada, vento e granizo, que impactaram a cultura em diversas fases do ciclo produtivo. A estimativa de produção atualmente é de 3.280.655 toneladas, o que corresponde à redução de 27,88% em relação a 5.288.030 toneladas estimadas no momento do plantio.
No período, a colheita de trigo avançou, alcançando 82% da área cultivada, estando 17% em maturação e 1% das lavouras em enchimento de grãos. Conforme a colheita avança, persiste a redução da produtividade das lavouras e a perda de qualidade dos grãos. Predominantemente, o peso hectolitro (PH) dos produtos colhidos é inferior a 78, sendo considerado de qualidade inferior. Produtos com PH abaixo de 70 enfrentam dificuldades no recebimento para beneficiamento e comercialização.