Nesta semana, após receber denúncias, a Subseção de Frederico Westphalen da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-FW) – por meio da Comissão de Prerrogativas e Fiscalização – e a Polícia Civil conseguiram evitar que possíveis criminosos dessem continuidade a um golpe iniciado na segunda-feira, 30 de outubro, no município, e que poderia ter proporções ainda maiores.
Moradores de Frederico Westphalen, principalmente, aposentados, passaram a receber mensagens, via WhatsApp, de que seus empréstimos consignados estavam errados e que com uma ação indenizatória receberiam R$ 5 mil até o fim do ano, a título de danos morais. Para isso, era necessário ir até um hotel da cidade, onde eram atendidos por uma suposta advogada e, ao assinar uma procuração que concedia plenos poderes a um escritório de advocacia de Canoas, além de pagar uma taxa de R$ 150, estariam habilitados à indenização.
Advogados do município foram procurados por clientes que os consultaram sobre a veracidade da situação e alertaram a OAB-FW, que entrou em ação, buscando apoio da Polícia Civil. O que ocorreu foi que uma empresa de consultoria alugou uma sala em um hotel do município, onde uma suposta advogada estava no local atendendo aos clientes que haviam sido acionados via WhatsApp. Ao perceber que a fraude havia sido descoberta, a mulher foi embora.
Agora, a OAB-FW, munida das informações, acionou também a OAB-RS, para que os advogados do escritório de advocacia de Canoas respondam perante o código de ética da entidade. “Ocorreram dois crimes neste caso, o primeiro, é a captação irregular de clientela, porque a advocacia não é uma profissão que se mercantiliza. Os profissionais devem responder disciplinarmente dentro da entidade, no tribunal de ética, onde serão julgados, podendo receber de advertência até a exclusão dos quadros da OAB. Também houve o exercício irregular da profissão, pois essa senhora que estava fazendo os atendimentos em FW, não é advogada”, informa a presidente da OAB-FW, Patricia Stieven.
Alerta
A presidente da OAB-FW, Patricia Stieven, e os integrantes da Comissão de Prerrogativas e Fiscalização da entidade, Pablo Henrique Caovilla Kuhnen e Patricia Cocco, alertam para que as pessoas sempre desconfiem ao receberem ligações ou mensagens sobre o recebimento repentino de dinheiro, e que procurem um advogado da cidade, conhecido, com escritório físico para confirmar a informação.
– Infelizmente, percebemos fluxo grande de pessoas no local, iludidas por áudios e mensagens. Nos preocupamos como os golpistas conseguem os dados, informações que, em tese, só a própria pessoa deveria ter. Mas é importante alertar que não existe milagre quando o assunto é dinheiro. Não existe ação de indenização com resultado rápido até o fim do ano. Há um deslumbre do cidadão que recebe uma informação dessas de que se pagar R$ 150 vai receber R$ 5 mil. E cabe lembrar que dar uma procuração a alguém, de plenos poderes, é algo muito sério, ainda mais para um advogado que não se sabe quem é ou de onde é”, finaliza Kuhnen.
