Um clube sem pastor
**Os textos aqui publicados são de total responsabilidade de seus autores, e não refletem a opinião do jornal O Alto Uruguai
terça, 30 de maio de 2023

Com um tempero bíblico, foi a melhor definição que encontrei para definir o glorioso Sport Club Internacional. Seis partidas sem conhecer vitória, sendo quatro por 2 x 0, não tendo marcado nenhum gol e sofrido oito. A cereja do bolo foi o humilhante 3 x 1 no Gre-Nal. Podemos culpar o Mano Menezes, o preparador físico, os atletas, a torcida que apedreja o ônibus, a arbitragem, o war, mas onde está o Presidente? Alguém viu o Pastor das ovelhas do Beira-Rio? Estaria ele sentado na cadeira da presidência, degustando os sabores da vitória eleitoral, quando prometia um Inter como “o clube mais moderno da América do Sul”? Já rivaliza em incompetência com o nefando Pífero. A superioridade colorada em Gre-Nais e Gauchão foi água a baixo.
Há sete anos que nós colorados só temos a celebrar a saída da Série B. E ainda, apenas como Vice, quando teríamos obrigação de ao menos levantar a taça. Supondo que os dois primeiros anos de mandato da atual Diretoria fossem de aprendizado e experiências, esperávamos que no 2.023 o Clube iria deslanchar. Não conseguimos nem ir à final do Gauchão, deixando o privilégio para o Caxias. Na Copa do Brasil, demos o vexame de levar 2 x 0 dos reservas do lanterna América. É óbvio, temos de manter o status de ‘ressuscitador de mortos’. Será que o presidente não tem culhões para mobilizar o Time e exigir um mínimo de garra e compromisso?
E nem vamos falar das contratações, algumas incompreensíveis. Atletas em fim de carreira, atletas lesionados, salários estratosféricos e técnica sofrível. Se não entendem de futebol, não poderiam, então, aconselhar-se com quem é do métier? Como podem errar com tanta insistência e em tão alto grau? Por que não garimpam jogadores do campeonato gaúcho, que são baratos e cuja índole é por todos conhecida? Eu, que não sou expert no assunto, quereria formar uma seleção só com atletas que disputam o Gauchão e enfrentar a dupla Gre-Nal. Mas, não. Preferem pinçar, além mar, bananeiras que já deram cacho. 
O Inter ponteava o ranking do Clube com mais sócios. Desanimados e frustrados os torcedores suspendem o pagamento nos bancos. Concomitantemente, a torcida também deixa de frequentar o estádio, porque perdeu a confiança. E não se vê em campo um time batalhador, mordedor, que disputa cada palmo do gramado. O que é exibido no chão do Beira-Rio é um amontoado de burocratas, cansados, adentrados em anos, recebendo cartões amarelos e vermelhos em penca, querendo impressionar que lutam a morrer. Para espanto, pergunto: quem você escalaria na lateral direita: Bustos ou Igor Gomes? Pois o Bustos embolsa R$ 400 mil mensais, enquanto o Igor apenas R$ 80 mil. E para mim, o segundo é mais eficiente.
A gente teria um punhado de sugestões a dar. Nós que acompanhamos os jogos a 500 quilômetros de distância, durante 90 minutos por semana, detectamos de imediato os pontos frágeis do Time. Agora, se os que estão à beira do gramado não percebem com seus próprios olhos, não será com os olhos alheios que conseguirão ver alguma coisa. Sugestão: que a Diretoria se demita hoje e convoque nova eleição para amanhã. Do contrário, já sentimos cheiro da nauseabunda Série B... Radicais já pensam em mudar o Hino do Clube para: “VERGONHA do desporto nacional...”
 

Fonte: