“Como vou ajudar a Catedral se Jesus nasceu numa manjedoura?”...
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quarta, 15 de fevereiro de 2023

Esta resposta um cidadão deu ao Pe. Leonir, quando ele fazia solicitação de auxílio para enfrentar a reforma da catedral. Não conheço o indivíduo, mas entendo um pouco do assunto. Se Você pertence a uma comunidade, seja ela religiosa, política, social ou esportiva, deve se submeter ao seu regimento. E uma das leis é pagar as taxas, os tributos, as mensalidades. Mesmo que ela seja má administrada, mesmo que possam ocorrer desvios, nada disso exime o cidadão de suas obrigações. Não interessa quem seja o Presidente, Governador ou Prefeito. Você jamais se livrará dos impostos, do Funrural, do IPVA, do IPTU. Seria certo pagar os tributos aos Homens e se esquivar de pagar aquele devido a Deus?
O cidadão autor da frase acima deve ser daqueles que pretende justificar seus débitos. Não ergue um dedo para ajudar, mas adora criticar. E sempre com razão!!! Vamos aos fatos. Jesus nasceu numa gruta e foi colocado numa manjedoura. Segundo a insuspeita Bíblia, o Imperador Augusto mandou todos os habitantes do império, fazer o recenseamento na sua cidade natal, uma espécie de IBGE, para conhecer o número de pessoas e fazer o cadastramento de seus bens, sobre os quais Roma gostava de cobrar pesados impostos. Partiu então a Sagrada Família para Belém, a terra de São José. Lá ele tinha propriedades, não era um João-Ninguém, pois descendia da Família Real de Davi. Ele tentava amenizar os rigores da viagem, consolando a Esposa Maria que em Belém encontrariam conforto. Lá chegados, sua propriedade fora transformada numa alfândega romana e todos os hotéis lotados com peregrinos que estavam se recenseando. Procurou então abrigo nas grutas.
Numa excursão à Terra Santa, o guia rezou uma missa para nós, numa destas grutas. São locais razoáveis, em que os pastores e seus rebanhos buscam refúgio. Lá São José recebeu os Reis Magos e outros ilustres visitantes que deixaram valiosos presentes. Deus ao se encarnar numa gruta, quis dar uma lição de humildade, desapego e esperança aos desafortunados e não fazer uma apologia da miséria. Joaquim e Ana, os pais de Maria, eram pessoas abastadas. A casa da Sagrada Família em Nazaré foi doada por eles para a Filha. Lázaro, onde Cristo se hospedava, era um notável latifundiário. Nos três anos de pregação, Cristo foi subsidiado por mulheres, de muito boas posses. José de Arimatéia e Nicodemos não eram pobretões. E a propriedade de Zacarias e Isabel, pais de João Batista, era a mais valiosa da região.
O Templo de Jerusalém, do qual a nossa Catedral é modesta réplica, era imponente. O Rei Davi quis erguê-lo, argumentando que ele vivia em palácios, enquanto a Arca da Aliança se abrigava em tendas. Seu filho Salomão foi o responsável, e as Escrituras descrevem as toneladas de pedras preciosas, ouro e prata ali empregados. Se Deus, que é o criador e dono do universo, não merece um local condigno, por que as prefeituras, os fóruns e prédios públicos devem ter destaque? As obras de arte, as catedrais, os museus, o Vaticano e a cultura da Idade Média, objetos de turismo, as primeiras e mais famosas Universidades do mundo, são méritos do Cristianismo. Aqui mesmo, o Auxiliadora, o Hospital, a Rádio e a soberba Catedral que provocaram o desenvolvimento do Município se devem ao Pároco da época. Agora, para o autor da frase acima, na sua lógica, ele estaria feliz, vivendo ‘cristãmente’ numa palhoça...
 

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