Um século a serviço da comunidade
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terça, 08 de novembro de 2022

No dia 7 de novembro, Heliz Ruaro será homenageada pela família e amigos, na Catedral e no Salão Paroquial, com os requintes que o evento requer. Dona Heliz, que completará 94 anos, é filha de Santo Cerutti e Maria Vidimar e irmã de Lindo Ângelo, Angelina, Ilda, Elíria, Odila, Bêbi, Alice, Elaine, Genuíno, Antoninho, Valdir, Cecília e Teresinha.  A maioria com dotes empreendedores e administradores, destacando-se Lindo Ângelo que foi Prefeito, industrialista de renome e comerciante.
Os pais de Heliz vieram de Guaporé, no tempo que o transporte se efetuava em carroças. Iniciaram sua vida pública com moinho de pedra. Embora com estudo deficitário, souberam encaminhar seus filhos para a escola. Todos eles receberam educação completa, que se iniciava com uma profunda base religiosa, passava pelos bancos escolares e desembocava nas virtudes morais, cívicas e sociais. Quis a Providência que os destinos de Heliz se cruzassem com os de Antônio Ruaro, oriundo de Colorado (daí sua antipatia pelo Tricolor...), cuja identidade se cristalizava não apenas pelas origens, mas principalmente pelos traços familiares, religiosos e comerciais. Os temperamentos e as personalidades, pelo matrimônio, “se fundiram numa só carne”. E esta árvore matrimonial produziu magníficos frutos:
Maria Inês que casou com Lauro Zancan.         Maria Luísa que casou com Guido Kist.
Inácio Camilo que casou com Deisi Weiss.        Salete Maria, com Rudolf Harnolds.
Sílvia Maria que casou com Nairo Binotto.        Fátima Maria, com Nilo Bellenzier.
Ivo Luís que casou com Marta Zanchet.

Antônio Ruaro e Heliz Cerutti não nasceram em berço de ouro, mas transmitiram aos filhos um patrimônio sólido e invejável. Com suor e teimosia venceram os obstáculos. Antônio começou varejando, na sua casa de madeira, erva mate, cigarros e chinelos de couro. Com a evolução dos negócios, a casa progrediu e se transformou num miniatacado. De uma feita, adquiriu um lote de mil bicicletas, que se empilhavam junto dos quartos dos filhos. Para alavancar a venda das ‘bikes’ promovia gincanas, cujo prêmio era uma bicicleta da Casa Ruaro.
A religiosidade era marca registrada da família. De uma feita, a Ação Católica organizou um teatro. Faltando ingressos, Antônio se prontificou a buscar mais. Era noite, e ele não percebeu um buraco, onde iria ser erguida uma coluna da futura catedral. Como seu Antônio demorava com os ingressos foram à cata dele e o encontraram no buraco, com a perna quebrada. Levado ao hospital, lá permaneceu por longos meses. Na casa de Dona Heliz, a reza do terço era diária, não se sentavam à mesa sem antes fazer as orações e ninguém ia para a cama, sem a bênção dos pais. 
Muitos cidadãos enriquecem na vida e depois se esquecem do próximo. Mas a generosidade do casal Antônio e Heliz foi pródiga em obras. Mais de um terreno foi doado à Diocese. Valor expressivo foi doado ao Hospital Divina Providência.  Não só a área, mas também a construção do Asilo dos Idosos e do Lar dos Deficientes testemunham a sua caridade para com os necessitados. Por várias décadas, o folheto da missa dominical e os calendários religiosos, com o bloquinho de folhas diárias que a gente pregava na porta e desfolhava uma a cada dia, foram ofertas anônimas do casal. O altar da Catedral é outro presente à Paróquia. Dona Héliz e Seu Antônio, a sociedade se orgulha de sua caminhada e lhes agradece. Só Deus poderá lhes pagar.
 

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