Foi difícil escrever a Constituição (Parte 5)
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terça, 13 de setembro de 2022

Para consolidar a Independência, fazia-se mister redigir a Constituição. Os símbolos, o hino, as cores verde e amarela, foram obra de D. Pedro I. Por onde passasse o Imperador era aclamado com flores e lágrimas. Salvas de canhões e tiros da artilharia saudavam o Chefe. Havia, porém, duas guerras a serem travadas: a externa, contra o exército português e a interna, que determinaria o caminho a ser trilhado. Na Assembleia digladiavam-se monarquistas absolutistas versus republicanos federalistas, abolicionistas contra escravagistas. José Bonifácio dava poderes excepcionais ao Imperador; mas Joaquim Gonçalves Ledo e Clemente Pereira anulavam-lhe a autoridade.  Tarefa árdua era chegar-se a um consenso.
Foi então que D. Pedro I, em 1824, dissolvendo a Assembleia, outorgou a Constituição, considerada a mais avançada em termos sociais, e a melhor do Hemisfério. Contudo, excluía os direitos dos escravos e dos índios, só podiam ser eleitos cidadãos do sexo masculino, declarava o Imperador responsável pelo equilíbrio dos Três Poderes e concedia-lhe autoridade para dissolver a Assembleia, fato que ocorreria cinco vezes, até a Proclamação da República. A Constituição dos EUA, de 1.787, imutável, é guardada num cofre de vidro, à prova de balas e ataque nuclear e é diariamente visitada com reverência. A nossa, já modificada sete vezes, jaz esquecida no Rio; mas reverenciamos as camisetas dos jogadores famosos...
A Geografia do País foi modificada várias vezes. Pernambuco era do tamanho do Rio Grande; Paraná pertencia a São Paulo e outros Estados se desmembraram, surgindo novas unidades federativas, tudo ao sabor das conveniências políticas e econômicas.
A onda federalista era intensa, sobressaindo um padre, Frei Caneca, assim denominado por ser seu pai tanoeiro, fabricante de canecas. Batia-se por ideias avançadas como autonomia dos Estados, com governador, exército e orçamento próprios. Formou-se, em torno de Pernambuco a Confederação do Equador, que propugnava a divisão do País, em dois territórios. Desfeita a sublevação, Frei Caneca foi preso e seria enforcado, se os três carrascos não tivessem se recusado. Foi então fuzilado, por ordem de Francisco de Lima e Silva, pai do futuro Duque de Caxias! As ideias federalistas eram apregoadas, possuindo inúmeros fiéis, que pretendiam importar o modelo dos EUA. O cidadão Cipriano Barata era tão fanático que batizou suas três filhas com nomes de Estados americanos: Carolina, Filadélfia e Pensilvânia. 
Hoje, praticamente o mundo inteiro adota o Sistema Democrático, onde o povo escolhe seus soberanos. Mas mesmo na França, onde germinou a ideia, na Revolução Francesa de 1.789, logo a seguir voltaram para as monarquias absolutistas, em que o próprio Napoleão se proclama imperador. Em vários tronos europeus estiveram assentados Déspotas Iluminados, que fizeram seus países avançar no desenvolvimento. Potências mundiais como a URSS e a China concedem poderes ditatoriais aos seus governantes. Na Europa, todas as nações experimentaram governos imperiais, sendo que algumas ainda não o abandonaram. No Brasil, é inegável o crescimento nacional sob o reinado de D. Pedro I e II. Pode-se entender a frase de D. Pedro “Tudo farei para o Povo, nada, porém, pelo Povo” – querendo dizer que não agirá a mando do povo, pois em tese, ele é o soberano. 

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Futebol – Cumprimentamos o Dr. Edson Buzetto por ter seu cavalo sido premiado em 4º lugar na Expointer, honraria que equivale, mais ou menos, a sair da Série B e ingressar na A. Todavia, ele declarou que preferia ser premiado na ExpoGRÊMIO...
 

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