Comércio eletrônico x físico
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quinta, 18 de agosto de 2022

Hoje escrevo para os amigos leitores que atuam direta ou indiretamente no varejo, lembrando que comércio eletrônico continua crescendo, embora em ritmo menor que durante a pandemia, quando esta modalidade bateu recordes de crescimento. 
Segue sendo muito importante que as lojas físicas que tem atuação tímida, e/ou amadora no mundo digital, acelerem investimentos e atenção na mudança de comportamento dos clientes e prospects. Durante a pandemia, um número gigante de pessoas foi impulsionado a comprar online, pois não havia muita escolha diante das restrições de circulação, especialmente nas cidades maiores. A experimentação forçada acelerou em muito a adesão ao comércio eletrônico, que ganhou credibilidade, corpo, capilaridade, aprimorou processos, acelerou entregas, criou novos canais, etc.. Esta situação fez com que várias corporações do mundo digital superestimassem a continuidade do crescimento e passam por momentos turbulentos em várias partes do mundo. É mais uma oportunidade para o pequeno e médio varejo aumentar a fatia deste mercado.
No pós-pandemia, o varejo físico voltou a crescer com força, e especialmente aqueles varejistas que aprenderam com o mundo virtual já mostram ter passado para outro patamar. Aproveitar o melhor do varejo físico para explorar as sensações, experiências, e o melhor do eletrônico explorando horários de 24h, 7 dias por semana, comodidade, agilidade, potencializa significativamente a relação com o público alvo e com novos mercados.  
O crescimento do varejo no Brasil foi de 22% na comparação do primeiro semestre deste ano em relação ao ano passado, conforme o Índice de Performance do Varejo, organizado pela HiPartners Capital & Work em parceria com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC). O e-commerce segue crescendo 10% ao ano, impulsionado por produtos que não estão no varejo físico tradicional, ou seja, produtos não populares. A média de compras dos brasileiros no comércio eletrônico alcançou 4 vezes ao ano, de acordo com dados da ABComm (Associação Brasileira de e-commerce).
Quem atua no varejo e está atento as mudanças do setor sabe que a tendência no curto e médio prazo é acelerar a automação em toda a cadeia, usando a tecnologia para melhorar a gestão de estoques, logística, classificação, atendimento, entregas, dentre outros. As live commerces onde os produtos são apresentados ao vivo, mexem com as emoções de quem está assistindo e estimula as compras por impulso, além de aumentar a repercussão. Os vídeos curtos, com desdobramentos ou não da transmissão ao vivo também são bons exemplos de aproveitamento de competências do varejo físico, apoiadas no digital/eletrônico. Tem empresa que já montou pequenos estúdios para aumentar a frequência de seus eventos virtuais.
Outra tendência que está impactando todos os públicos, principalmente o masculino, que muitas vezes deixa de comprar pelo tempo e o aperto dos provadores físicos, é o uso da realidade aumentada como provador de produtos. Agiliza e aumenta as vendas nas lojas físicas e vai ajudar a reduzir a logística reversa nas compras virtuais, pois caimento, modelo, tamanho, etc. são alguns dos motivos que geram dúvidas nas compras online e também devoluções e trocas de produtos. A realidade aumentada e a realidade virtual estimularão nova fase na experiência do consumidor no e-commerce.
Intensas trocas de experiências e apresentações das próximas tendências que podem mudar o varejo como conhecemos são apresentadas em eventos como Retail´s Big Show da NRF (maior evento mundial do varejo), dentre outros. As últimas edições vêm sinalizando a necessidade de mudanças nas competências dos profissionais do varejo, não somente das empresas. Profissionais muito mais ligados em indicadores de resultados de ações combinadas entre o físico e o digital já são muito necessários. Criadores e gestores de sites, influenciadores, profissionais de tecnologia focados em marketplace, especialista em live commerce, devem ter número de vagas aumentado. 
Um abraço e até a próxima!


 

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