Se o trem passar ao lado, o progresso será adiado!
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sexta, 05 de agosto de 2022

Conforme notícia do Correio do Povo de 29 de julho e do Alto Uruguai de 30 de julho, o prefeito José Alberto Panosso esteve em Brasília, insistindo para que o traçado da Ferrovia Norte-Sul, que passaria pela nossa região, não seja alterado. Acertadamente o presidente da Amzop acercou-se dos prefeitos de Palmeira das Missões e Panambi, a fim de reforçar a iniciativa. Em breve, será constituída uma comissão, englobando as lideranças do Médio Alto Uruguai, a fim de que o objetivo não caia no esquecimento. 
Décadas atrás, quando os Governos da Revolução de 64 retalharam o país, ligando as principais cidades com o asfalto das famosas BRs, o projeto inicial ia de Sarandi a Chapecó, desviando toda a nossa região. Se tal houvesse ocorrido, o atraso econômico seria de 50 anos. Felizmente, as lideranças políticas e empresariais da época se levantaram, foram a Brasília, bateram pé e o asfalto marcou presença nos nossos municípios. Comportamento idêntico acaba de tomar o prefeito Panosso, batendo às portas das autoridades responsáveis, lembrando que o trem tem obrigação de passar pela nossa região. Rasgados e patrióticos elogios ao prefeito.
Ninguém mais tem dúvidas dos benefícios que o trem trará. Além de ser movido por uma energia limpa, não poluente, ele é extremamente econômico, podendo um trem transportar as toneladas de mais de 50 caminhões. Imagine-se a poupança apenas em pneus e combustível. Um maquinista substituiu 50 motoristas. Além disso, as pesadas cargas dos caminhões bitrens danificam as rodovias que exigem contínuos e onerosos reparos. E é interessante também raciocinar que o petróleo, quiçá daqui meio século, tem os seus dias contados e não durará eternamente. 
Não se preocupem os motoristas, os postos de gasolina e as mecânicas que perderão emprego. Pelo contrário, o incremento das atividades e as exportações para centros maiores exigirão ainda mais carros de transporte até os centros comerciais e de distribuição. Os automóveis, provavelmente movidos à eletricidade, continuarão a frequentar nossas estradas, para cumprir as necessidades individuais. 
Outro ângulo que chama atenção são os acidentes. Todas as semanas, o noticiário da televisão é manchado de sangue, com lamentáveis episódios acontecidos dos choques entre caminhões e automóveis, dizimando às vezes famílias inteiras. Não sejamos ingênuos imaginando que nas ferrovias também não ocorram acidentes. Mas estes são infinitamente menores. O que é triste é ver-se um pai de família, um filho, um irmão, um amigo sair a passeio e voltar estraçalhado dentro de uma ambulância. Nós não somos uma nação rica, e quando o mundo inteiro se move em cima de trilhos, nós buscamos a solução mais cara, que é o asfalto.    
Parece que os governos estão acordando. Com a chegada da República, as ferrovias não mais andaram, permanecendo estáveis como D. Pedro II as deixara. Por sorte, as autoridades retomam este meio de transporte. Só nos últimos três anos foram espichados mais de 10 mil kms de trilhos no Brasil. Que a Norte-Sul chegue de trem a Frederico Westphalen, mesmo que o prefeito tenha de ir de carro a Brasília!       

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Futebol – Seria o Inter enganador? Golear o Atlético Mineiro, que era líder, foi moleza! Quero ver golear o Fortaleza, que está na rabeira... 
 

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