Reflexões sobre a Expofred 2022
**Os artigos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores, não traduzindo a opinião do jornal O Alto Uruguai
sexta, 06 de maio de 2022

Foi deveras surpreendente a feira realizada em Frederico Westphalen, se levarmos em conta os obstáculos da Covid-19, da estiagem, da Guerra Rússia x Ucrânia e a própria data acontecida após a Semana Pascal. Estes prévios acontecimentos depauperam em parte a situação econômica da população, fazendo que disponibilizasse menos recursos para o resultado financeiro da exposição. Mesmo assim, o volume de R$ 190 milhões em negócios prospectados foi saudado com foguetes. De concreto foram fechados R$ 56 milhões, conforme o jornal O Alto Uruguai. 
Parabéns ao prefeito José Panosso, que deixa mais uma marca retumbante em sua administração. Rasgados elogios ao presidente do evento, Marcos Lima, e sua dinâmica comissão por terem organizado tão complexa atividade. Foram semanas e semanas debatendo e projetando, com as ideias fervilhando noite adentro, tudo por patriotismo. Frederico Westphalen se consagra como polo regional, pois as instalações da Expofred ensejam programações futuras cada vez de maior porte, dada a poderosa estrutura montada no Parque Monsenhor Vitor Batistella. Marcos Lima exibiu seus atributos empresariais. Pequeno, mas significativo detalhe foram os banheiros sanitários que propiciaram aos visitantes um asseado desafogo de suas humanas necessidades. Os 350 empresários que ousaram expor seu potencial foram recompensados, se não tanto em transações, principalmente em marketing. 
Algumas queixas ouvidas relataram excesso na cobrança de determinados produtos, alegando que no comércio de suas cidades os preços eram mais compensadores. Também julgaram desproporcional uma latinha de cerveja e uma água mineral a R$ 10 reais. Pessoas relacionadas à agricultura familiar entendem que uma semana de feira é por demais prolongada. Alguns tiveram de dormir nos próprios carros. A internacional Exposol, de Soledade, se desenrola em tão somente quatro dias. 
Posso passar por antipático, mas ainda entendo que os shows (que na realidade atraem muita gente) poderiam ser minimizados. Pessoas sugeriram substituí-los por bandas e conjuntos regionais, também atraentes e menos onerosos. Uma feira é uma exposição das potencialidades econômicas da região, que visa estabelecer negócios e produzir riquezas. Estes shows levam embora boa parcela do lucro líquido. Lembro que a Expodireto, de Não-Me-Toque, uma das maiores da América, não tem show musical de espécie alguma.
Quiçá, a ideia pode ser fantasmagórica, amanhã a Expofred se transforme em exposição regional, centralizando a economia de todo o Médio Alto Uruguai. Alguém ainda sugeriu a setorização dos produtos. Um dia seria dedicado à agricultura familiar, outro à confecção e manufaturados, outro aos animais, outro à indústria, outro a diversões para o povo miúdo, e assim por diante. Então, os expositores procurariam, a preços convidativos, estabelecer vendas volumosas aos consumidores. Constatou-se excepcional procura de estandes, acima da expectativa. Não esteve nos holofotes o tremendo potencial de ensino superior, com as quatro universidades que aqui florescem. Para a próxima, convidaremos a Cristina Ranzolin para ordenhar uma vaca que produz 24 litros de leite/dia, como na Exposoja. 
Loas à presença da Polícia Federal e Estadual. Praticamente não se registrou nenhum acidente grave entre a numerosa multidão. Registre-se o sacrificado e gratuito trabalho do pessoal que cuidou do estacionamento. Parcela do lucro se destinava às entidades assistenciais. Na Expofred, se realizou a parábola do Bom Samaritano.
 

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