Perante o MISTÉRIO, dobre-se todo o joelho!
Os textos publicados aqui são de total responsabilidade de seus autores, não traduzindo a opinião do jornal O Alto Uruguai!
quinta, 14 de abril de 2022

Vivenciamos durante o período pascal, o MISTÉRIO da paixão, morte e ressurreição do Senhor. A rica liturgia da Igreja procura trazer aos nossos olhos e mentes os acontecimentos de 2.000 anos atrás. Na Quinta-feira Santa, retrocedemos ao Cenáculo de Jerusalém, onde Cristo lava os pés dos Apóstolos, e como última tentativa deve ter acariciado os pés de Judas, procurando demovê-lo da ignominiosa traição, que com um beijo entregará seu maior Amigo. Institui a Eucaristia, o Sagrado Mistério que na espécie de um pão e de um cálice de vinho, ocultará o seu próprio Corpo e Sangue, ordenando que os Apóstolos repetissem este gesto por toda a terra e por todo o sempre, a fim de perpetuar a Sua Memória. Após esta Ceia memorável, dirige-se para o Horto das Oliveiras, onde suará sangue e será preso, vendo debandar todo o seu séquito, que jurava defendê-lo até a morte. 
Na Sexta-feira Santa, após ter sido escarnecido diante de Anás, Caifás e Herodes, é flagelado por ordem de Pilatos que não vira nele crime algum. A esposa do Governador intercede por Jesus que, mais tarde, segundo biógrafos, abandona Pilatos e se faz cristã. No palanque dos suplícios, além de ser vergastado, é ironizado com uma coroa de espinhos, já que se declarara rei. No tribunal, o povo prefere o assassino Barrabás, sendo que no Domingo anterior aclamara Jesus rei triunfante. Condenado à morte de cruz, segue para o Calvário, tendo de carregar o patíbulo. Tão extenuado estava que o agricultor Simão de Cirene deve prestar-lhe ajuda. Às 15,00 horas, o Filho de Deus feito homem exala o último suspiro, queixando-se ao Pai, por que o abandonara.  O orbe estremece, o sol se apaga, os mortos saem das sepulturas, o terror percorre a Jerusalém inteira. A natureza se veste de luto. 
No caminho para a crucifixão, algumas mulheres choram. Cristo, todavia, as admoesta que poupem as lágrimas para si próprias e seus filhos, pelos pecados cometidos, que são a razão do estado em que Ele se encontra. Quantos casais repetem o beijo traiçoeiro de Judas! Quantos cristãos praticam a inveja diante do sucesso dos outros! Quantas pessoas se acomodam na indolência e na preguiça, deixando para o próximo a realização dos afazeres! Quantas injustiças, roubos, assaltos e assassinatos são cometidos contra o irmão, que também é filho de Deus.
Porém, divinamente raia o Domingo da Ressurreição, em que as trevas se fazem luz, a morte se transforma em vida, o sofrimento termina e as lágrimas secam. Os sepulcros, local da frustração, explodem de alegria e o Cristo ressuscitado passa a ser a garantia da felicidade. O repicar dos sinos e o Círio anunciam a volta do Cristo vivo!
Contudo, alerta irmãos: Páscoa significa passagem, mudança, conversão de um estágio para outro – do pecado para a Graça! Se o povo preferir Barrabás, esquecer a Confissão, “o tribunal onde (nas palavras do Pe. Leonir) o réu nunca é condenado”, abandonar a missa nos fins de semana, as traições e a corrupção não forem extirpadas dos lares e das instituições públicas – as Covids voltarão, as estiagens retornarão e as bombas do Putin começarão a explodir sobre as nossas cidades. Que o Sangue de um Deus na cruz, não tenha sido derramado em vão. Hosanas ao Mistério da Páscoa! Feliz a culpa que nos deu o Redentor! Obrigado Pai, por ter tido misericórdia com teus filhos.
 

Fonte: