Verdades implacáveis do futebol
**Os textos de colunistas aqui publicados são de sua total responsabilidade e não refletem a opinião do jornal O Alto Uruguai.
segunda, 06 de dezembro de 2021

O Grêmio praticamente rebaixado para a Segundona. O Inter fora da Libertadores. O Juventude quase na mesma situação tricolor. Realmente o ano de 2021 não foi nada agradável para os gaúchos. Em todo o caso, o União Frederiquense salvou o Estado. Está na elite dos 12 melhores que disputarão o Gauchão 2022. E para coroar a magnífica performance, ergue a taça de campeão, derrotando o rival Guarani de Bagé por 5 a 0. Foi ovacionado pela fiel torcida, que suportou duas horas de chuva. Isto é um prognóstico de que, quem colocar os pés em nosso Estádio, pode ser até a dupla, terá de nos respeitar. Esta equipe permaneceu invicta por 19 jogos. Como desafiou um dos diretores: “Procurem no Google, qual clube no mundo conseguiu tal façanha”. 
Penso que é útil uma análise sobre a queda do Clube das Três Cores. Como o Grêmio chegou a este nível deprimente, sendo que há quatro anos empilhava títulos estaduais, nacionais e internacionais, decantado como “o melhor futebol praticado no Brasil”, e o único clube brasileiro com superávit financeiro?
Em futebol, cada torcedor uma sentença. Há, porém, certas verdades que são indiscutíveis. Primeira pergunta que se coloca: quem é o responsável? Numa decisão, como há pouco, vimos o Palmeiras sagrando-se campeão em cima do Flamengo, é fácil detectarmos o herói e o vilão. O herói do Palmeiras foi o Deyverson predestinado que, entrou no segundo tempo e fez o gol. O vilão foi o zagueiro Andreas, que entregou a bola. Contudo, em um campeonato longo, que se desenrola durante um ano, vários são os culpados. 
Não culparia o presidente Romildo Bolzan. Juntamente com Renato Portaluppi foi o responsável pela trajetória vitoriosa de quatro anos, levantando troféus. Foi o presidente que colocou as finanças em dia, tendo assumido o cargo, com dívidas até as goelas. Criou um “condomínio” de pagamentos para matar as promissórias dos credores. Sua espetacular gestão chegou a cotá-lo para candidato a governador.
Culparia os treinadores? Como no Rio Grande tudo é Gre-Nal, um quer sempre imitar o outro. Em anos anteriores, o Inter amontoava técnicos na sua casamata. O Grêmio precisava fazer o mesmo: dispensou o Renato, buscou o Felipão, tentou Tiago Nunes e trouxe Mancini. E os dois clubes naufragaram na mesma canoa. 
Seriam então os jogadores?  Sim, eles que, apesar de dar a volta olímpica, neste ano, envelheceram. Fechou-se o ciclo. As plantas murcham, os animais se arrastam e as pessoas ficam reumáticas. Os anos pesam. Os jogadores sentiram as lesões. A zaga do Grêmio, considerada a melhor do Brasil, atuava mais na enfermaria do que em campo. Os laterais, vaiados, já não corriam, trotavam. E a defesa do Imortal, começou a vazar. Já a defesa do União se constituiu em uma muralha intransponível. De nada adianta fazer um gol lá na frente e levar dois atrás. E agora vem a verdade, que encabeça o artigo, estabelecida por Teté, há 70 anos: “Um bom ataque ganha uma partida; uma boa defesa ganha um campeonato”. Encerro com a máxima de Getúlio Vargas: “Em futebol e eleição só existe um crime – PERDER”.

Fonte: