Guardem esta data histórica – 14 de novembro de 2021. Neste dia, um clube da cidade de Frederico Westphalen, da região do Médio Alto Uruguai, escreveu o seu ingresso na 1ª Divisão de Futebol do Estado do Rio Grande do Sul. Ao derrotar o representante de Lajeado por 3 x 1, numa série invicta de 17 jogos, fez explodir de alegria a torcida delirante, que lotou as dependências do estádio. Este primeiro passo rumo à glória futebolística marca o início de uma caminhada estupenda, que só o futuro poderá descrever. Ninguém pode prever onde chegará este clube. Mas a história deixará registrado que o parto esportivo ocorreu nesta data.
Naquele minuto em que o centroavante Gabriel fazia o segundo gol estava desenhada a vitória irreversível do clube frederiquense. Quem diria, o nosso Gabi Gol. E a gente pensava que ele jogava no Flamengo... Numa decisão, não há quem não trema. Cada lance é uma adrenalina, cada jogada é uma batida no coração. Todavia, a superioridade do time da nossa região era tamanha, que a confiança da comissão técnica, dos atletas e dos torcedores em nenhum momento transpirava tremor. Posso lembrar que a repórter Suzana Buzanello entrevistava no início do jogo uma torcedora que cravou iluminada o resultado: 3 x 1. Eu, sempre angustiado, após o empate em Lajeado inquiri o Diretor financeiro Pedro Gélson da Costa sobre a dificuldade do último jogo, após termos sofrido o empate. Respondeu-me confiante: “Não tem problema, nós somos muito superiores”.
Para aquilatarmos a grandiosidade do feito esportivo para o município e para a região, precisamos lembrar que apenas oito cidades no Estado possuíam representantes na 1ª Divisão neste ano: Porto Alegre, Caxias, Pelotas, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Bento Gonçalves, Ijuí e Erechim. Para o ano que vem, neste mapa de honra, deverá ser acrescentado mais o nome de Frederico Westphalen. Em 2.022, vinte Clubes disputarão o troféu máximo do futebol gaúcho. Entre os pretendentes estará o União Frederiquense. São 497 municípios no Estado. O nosso ocupa o 326º lugar no ranking de trabalho, o 202º no ranking de economia, e o 71º no ranking de população. Mas figuramos entre os vinte primeiros no ranking futebolístico.
A televisão e as rádios da capital podem não conhecer ainda os nomes de Talis, Teo, Cetin, Guilherme Neto, Irapuan, Alexandre Carvalho, Agenor, Tôni Júnior, Lessa, Rômulo, Eliomar, Joãozinho, Júlio César, Igor, Geninho, Leandro Lovi, Everton Sena, Henrique, Gabriel, Marquinhos, Iúri, Pedro, Murilo, João, Riquelme, Ceu, John e Deyverson, mas terão de decorá-los a partir de 2022. Uma modesta sugestão aos nossos dirigentes e atletas – continuem com a mesma humildade. A Bíblia já advertia: “Os humildes serão exaltados e os poderosos humilhados”. Não se caia na besteira de envenenar o time com salários incompatíveis com a realidade. Os atletas estão com os pés na fama, com o pênalti marcado, mas o gol ainda não aconteceu... Não vai nenhuma crítica aos sofridos torcedores do Imortal Tricolor. Pois nós, colorados, também já provamos desta sopa. Contudo, quem poderia imaginar que o clube com o maior futebol do Brasil, o único superavitário, estivesse na iminência de ser rebaixado. No momento, GLÓRIA ao União. Penso até que não custaria nada elevar as mãos ao céu, não para comemorar a vitória, mas para agradecer a Deus!
