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Hermann Guth
Em busca do sonho na Europa
Por: Susi Cristo
Publicado em: terça, 03 de outubro de 2023 às 10:58h
Atualizado em: terça, 03 de outubro de 2023 às 11:04h

A Europa sempre foi um lugar que Hermann Guth queria conhecer, mas mais ainda, realizar um dos seus sonhos, que era jogar no “velho continente”. Até chegar lá não foi fácil, Hermann contou com pessoas-chaves que o incentivaram, muitas que fecharam as portas e Deus, que, segundo ele, no meio da escuridão, trilhou o caminho certo no momento em que ele pensou em desistir. “Me lembro das inúmeras vezes que dobrei meus joelhos em oração pedindo para que um dia esse sonho eu pudesse realizar. Das quantas vezes que verbalizei e visualizei momentos em que isso aconteceria”, conta o jovem de Rodeio Bonito, que hoje, aos 24 anos, realizou um dos seus sonhos e também conquistou a sua cidadania italiana.

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Imersão com a cultura
Hermann está morando na região norte da Itália, próximo de cidades como Veneza e Bassano del Grappa, há pouco mais de um ano, e conta que a cada dia foi em busca dos seus objetivos e se inserir na cultura daquele país. “Cheguei aqui sem saber falar nada em italiano e fui para um lugar que me acolheu onde eu não conhecia ninguém e só tinha italianos. Foi um período muito enriquecedor e muito desafiador. Eu sabia um pouco de inglês e espanhol, mas a imersão total com a cultura italiana, pessoas que me corrigiam e me cobravam, fez com que em dois meses eu já conseguisse conversar individualmente. A cada dia eu aprendia um pouco mais. Ouvia podcasts, tirava dúvidas, estudava nos tempos livres e provava da cultura. Além disso, eu fazia tudo necessário para o processo da minha cidadania italiana”, relembra. 
Chegar a um país, longe de todos e diferente do que vivia também tem seus pontos negativos, mas que foram superados por Hermann, que tinha os seus objetivos como o incentivo para não desistir. “Certamente não foi tudo perfeito, principalmente no período de inverno, em que os meses já longos, longe da família, se misturaram com as curtas horas de sol da estação europeia. Ali eu passei o período mais negativo até então. Depois conquistei a minha cidadania italiana, mantive um tripé de afazeres – futebol, trabalho e estudos –, o que me ajuda a superar muitas coisas, e é assim que eu me mantenho até nos dias de hoje, ainda morando na mesma região e com o sonho realizado”, diz o rodeiense.

A saudade de casa
Estar longe de casa, talvez tenha sido o mais difícil para o Hermann, mas ele diz que sempre procura relembrar as coisas boas que ficaram na sua cidade natal. “Lido com a saudade como um sentimento bom, procuro relembrar momentos que vivi lá com eles, somente esses. Do chimarrão aos encontros de domingo, uma longa lacuna se forma, que não se preenche facilmente, mas o contato via internet me ‘aproxima’ dos meus amigos e familiares, e isso tem sido um fator positivo, mesmo que a roda de mate não seja mais a mesma. Tive um grande prazer de poder receber meus pais, Eloy e Marisete, e minha irmã Evelyn aqui, recentemente, mostrar um pouco sobre a cultura e onde vivo. Além disso, eles notaram que por de trás do ‘morar na Europa’, tem muito sacrifício e trabalho duro diário, que tu te tornas cidadão com direitos e deveres, não apenas um turista – e só quem passa ou passou por essa experiência sabe o que é construir do zero uma nova vida em um país estrangeiro”, frisa.
E para quem também tem projetos, Hermann deixa um recado. “Se você acredita em algo ou tem um sonho, você é capaz de fazer o seu melhor e conquistá-lo. Não ignore o processo, ele é longo e árduo, mas o plantio não falha e no fim você perceberá que valeu a pena. Tudo são experiências. Da minha parte, ainda tenho muito para viver. Nesse momento, essa é a minha realidade e espero extrair o máximo dessa passagem e poder auxiliar e encorajar pessoas que buscam se desafiar”, finaliza. 

Fonte: Jornal O Alto Uruguai
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