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Lígia Botton
Uma seberiense pela Irlanda
Por: Susi Cristo
Publicado em: sexta, 08 de setembro de 2023 às 09:51h
Atualizado em: sexta, 08 de setembro de 2023 às 10:05h

Morar no exterior, em um dos destinos mais desejados do mundo, tem sido o sonho de muitos brasileiros, e nesta lista inclui-se a seberiense Lígia Botton, de 23 anos, que desde abril de 2022, fez da cidade de Dublin, na Irlanda, a sua nova casa.
– Alguns anos atrás eu havia vindo fazer um intercâmbio de oito meses, e acabei me encantando pelo país, pela cultura e pelas pessoas. Desde aquela época, já tive a intenção de voltar e morar aqui, e como eu já tinha domínio do idioma, tinha amigos e oportunidades de trabalho, isso acabou facilitando muito. Além de morar aqui também morei por alguns meses na Itália – conta Lígia.
  
Adaptação 
Sobre adaptar-se em um país longe de suas origens, Lígia diz que não foi fácil, mas com o passar do tempo tudo foi se encaixando. “Inicialmente não é fácil, porque ao mesmo tempo que você está sentindo a euforia pelo novo, também é tudo muito intimidador, um idioma que você não é acostumado, pessoas com uma cultura diferente da sua, o clima, tudo isso somado com a saudade de casa, da família e dos amigos, que no começo pode ser uma mudança muito grande, mas com o passar do tempo tudo vai ficando mais fácil, você vai aprendendo a se encaixar e a conviver com isso”, destaca a seberiense.

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Empregos
Quanto à oferta de empregos, Lígia conta que é muito boa, principalmente, se você já possui uma formação no Brasil e tem um bom domínio do idioma. “Isso facilita ainda mais, mas vejo muitos que chegam aqui sem falar tão bem o inglês e conseguem empregos rápidos. É um país que precisa de mão de obra e que também dá muitas oportunidades. Mas é o que eu digo, você tem que vir com a cabeça aberta para trabalhar com coisas que às vezes estando no Brasil não imaginaria fazer. Meu último trabalho, por exemplo, foi como babá, mas também já havia trabalhado lavando pratos em restaurante, como garçonete e como assistente de chef de cozinha. A única coisa que você não pode ter medo é de trabalhar duro. Atualmente, só estudo, estou cursando Negócios com ênfase em Direito, para no futuro poder atuar nessa área aqui, que é algo que já tinha começado a estudar no Brasil e me identifico muito”, relata.

O clima
Em relação ao inverno e verão, Lígia conta que para ela se adaptar também demorou um pouquinho. “O inverno ainda é um pouco difícil, as temperaturas são muito baixas, mas esse não é o maior dos problemas, e sim a falta de luz solar, pois amanhece muito tarde e escurece muito cedo, por volta das 16 horas. Quando eu trabalhava em cozinha, por exemplo, começava ainda estava escuro e quando ia embora já estava escuro de novo, então eu não via a luz do dia, por isso tem que estar sempre tomando vitaminas e se cuidando mesmo, para também ficar com a saúde mental em dia. Já no verão, as coisas são mais amenas, as temperaturas não ficam superaltas como no Brasil, mas ainda assim dá para aproveitar dias longos de sol, que vão até as 22 horas, podendo curtir as praias e parques”, explica. 

Gastronomia 
Lígia conta que o mix de nacionalidades de Dublin é muito grande, então você consegue encontrar facilmente andando pelas ruas da cidade culinária do mundo inteiro. “Mas, por ser uma ilha, é muito comum o consumo de frutos do mar e peixes por aqui. Um dos pratos mais famosos é o café da manhã tradicional irlandês, que leva ovos, feijão doce, salsicha, batatas e uma espécie de linguiça feita de sangue. Um ponto que eu acho interessante é que por ter uma comunidade brasileira muito grande aqui, é muito comum encontrar bons restaurantes brasileiros, aonde dá sempre para ter um pouco do gostinho de casa”, diz.

Retornar ou ficar
Sobre voltar para Seberi ou permanecer na Irlanda, Lígia diz que os seus planos no momento são de ficar por lá, apesar da saudade de casa. “No momento os meus planos são de continuar aqui por mais algum tempo. Pretendo concluir os estudos e ingressar no mercado de trabalho na minha área, sinto que ainda tenho bastante a explorar. A saudade de casa é a parte mais difícil, é um sentimento que nunca passa. Minha família não teve a oportunidade de vir me visitar ainda, mas esse é um plano que nós esperamos concretizar em breve. Sou filha do Leandro Botton (in memoriam) e da Elizete Zanchi, que sempre me incentivaram muito a correr atrás dos meus sonhos. Estou realizando um sonho que também foi do meu pai um dia, e que infelizmente ele não teve tempo de concretizar, que era o de conhecer o mundo, então eu estou vivendo todos esses momentos da forma mais intensa possível, tanto por mim quanto por ele”, finaliza. 

Fonte: Jornal O Alto Uruguai
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