Quando pensamos em arte, logo vem à imaginação quadros, decoração, tatuagem, entre outras formas de expressar essa identidade. E foi assim que aconteceu com a Valéria Pinheiro, que juntou o seu amor pelas “tintas” e deu um jeitinho de encaixar isso tudo na sua vida.
Conhecida por toda a região pelo seu talento como tatuadora, arte que desenvolve há 18 anos, Valéria Pinheiro é formada em Artes Visuais pela Unijui, com mestrado em Educação pela URI/FW, e o que poucos sabem é que ela pinta quadros há 35 anos. “Comecei a pintar tinha 12 anos. Eu trabalho sempre com temáticas, cada ano ou momento pinto uma série diferente; penso e estudo sobre o que vou pintar, então cada série é muito especial para mim, são minhas criações, mas sempre tenho algumas obras dentro de cada série que são as meninas dos meus olhos, que não faço questão de vender. Assim também são com as tatuagens, cada cliente tem uma história linda que quer deixar marcada na pele” conta Valéria, que após concluir a formação em Artes Visuais passou uma temporada na Itália, em busca de mais conhecimento e aprimorar os seus traços na tatuagem, pois o seu desejo sempre foi retornar para FW e montar o seu estúdio, o que se tornou uma realidade há 10 anos.
Visibilidade internacional
Por ser filha de agricultores, uma das séries de Valéria foi inspirada e uma homenagem aos trabalhadores do meio rural da região, o que lhe rendeu uma premiação no Vaticano, em 2015. “No início de 2015, fui selecionada por críticos de arte para integrar a Ucai, a partir da obra ‘Plantação’. Esta organização proporciona o intercâmbio entre artistas brasileiros, italianos e portugueses, e realiza várias exposições. Em maio daquele ano, expus em Portugal e depois no território do Vaticano, e para a minha surpresa a obra que faz parte da série ‘Os trabalhadores’ foi selecionada dentre mais de 100 para permanecer em Roma e participar da exposição comemorativa ao 29° Jubileu da Igreja Católica, evento que acontece de 25 em 25 anos sob o comando do papa”, relembra.
– Eu costumo dizer que a arte me salvou e me salva todos os dias, pois minha vida está totalmente ligada à arte; não me imagino sem ela – frisa.
A arte sem fronteiras
E o reconhecimento internacional da artista nunca parou. Depois de um convite para fazer uma oficina em Moçambique, na África, Valéria idealizou o projeto “Arte sem fronteiras”, com o intuito de promover a educação por meio da arte. “O projeto teve início em 2017. Me tocou profundamente conhecer aquele lugar, então quis fazer algo pelas crianças e jovens de lá. Começamos um projeto de arte-educação e confeccionar batiks (tingimento em tecidos) para obtenção de renda, para auxiliar nos estudos. Outros padrinhos aqui do Brasil, que foram para Moçambique conheceram o projeto e me convidaram para implantar em outros lugares, aí ele foi se ampliando e hoje está registrado como uma associação”, explica
O trabalho é realizado com pessoas em situação de vulnerabilidade social. Em Moçambique, com jovens; na Bahia, com uma comunidade de quilombolas; e nos presídios de FW e Iraí com as detentas. “Também fazemos palestras nas escolas, com o intuito de levar uma janela desses lugares onde atuamos, mostrar a realidade e provocar uma reflexão com relação a nossa humanidade”, complementa Valéria, que no dia 3 de abril embarcou para a África, para uma nova missão.
– Vim para Malawy, com a missão de levar o ‘Arte sem fronteiras’ para o campo de refugiados da guerra. Nossa organização humanitária leva alimentos, remédios, roupas e educação. Queremos implantar um projeto para auxiliar na geração de renda para as mães do campo, um lugar onde as pessoas são largadas sem esperança e nem futuro”, conta a artista.
E se você quer saber mais sobre todo os trabalhos e projetos da Valéria, pode acompanhar as suas redes sociais – @valeriapinheiroart, @artesemfronteirasvp e @fraternidadesemfronteiras.
