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Meio ambiente
Ecobarreiras: projetos sustentáveis reduzem a poluição nos rios
Na região, estrutura desenvolvida por meio de parceria entre UFSM e Administração de Erval Seco, está instalada no lajeado Lambedor
Por: Cíntia Henker
Publicado em: quarta, 08 de junho de 2022 às 09:23h
Atualizado em: quarta, 08 de junho de 2022 às 09:26h

O mês de junho é dedicado a ações que visam conscientizar a sociedade sobre a importância de preservar os diferentes tipos de ecossistemas, já que no domingo, 5, foi celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente. Data importante e necessária, na qual boas ações devem ser propagadas, principalmente as que amenizam os impactos causados pela poluição. Um exemplo disso são as ecobarreiras, estruturas capazes de reter os resíduos que são lançados nos cursos de água, ou ainda, carregados por meio do escoamento da água pelas ruas e transferidos até os rios. 
Em todo o Brasil, iniciativas de ambientalistas viraram referência e se espalham por vários Estados que sofrem com o mesmo problema – a falta de consciência ambiental e de respeito pelo meio ambiente. Na região, há uma ecobarreira instalada no Lajeado Lambedor, em Erval Seco, localizada na ponte próxima à Câmara de Vereadores. O sistema foi desenvolvido por meio de um projeto vinculado ao curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade Federal de Santa Maria, campus de Frederico Westphalen (UFSM-FW), com apoio da administração do município, denominado “Análise gravimétrica de resíduos oriundos de uma ecobarreira no Lajeado Lambedor, Erval Seco-RS”.
Segundo o professor responsável pelas atividades, Willian Fernando de Borba, a ideia surgiu pelo curso de água cortar praticamente toda a área urbana do município, com isso, foi identificada a presença de alguns materiais nas margens do rio. 

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Produção, instalação e manutenção
De maneira geral, a estrutura necessita de uma parte que flutue – tendo em vista que a maioria dos resíduos vem “boiando” pelo rio – e também um pedaço submerso, capaz de reter possíveis materiais que não estejam na parte de cima da água. “No nosso caso, montamos com galões plásticos de cinco litros, amarrados um ao outro com uma corda. Na parte inferior, colocamos uma tela plástica. A estrutura é presa às margens com essa mesma corda”, explica Borba. 
A iniciativa, que impedirá que a grande maioria do lixo avance para outras regiões, apesar de ser recente, também é totalmente benéfica, não só para a qualidade da água, mas para a vida dos animais e dos peixes que ali vivem. 
Na barreira ecológica do Lajeado Lambedor, a retirada dos resíduos é feita a cada 15 dias e os materiais são recolhidos, separados e pesados. Por ter sido instalada há pouco tempo, ainda não se tem o quantitativo exato de resíduos retirados. “Atualmente, o projeto tem apoio financeiro do Fundo de Incentivo a Pesquisa (Fipe) da UFSM, no qual tem uma bolsa de pesquisa e recursos de custeio, como combustível, por exemplo”, ressalta o professor. 
Sem dúvidas, soluções como estas são importantes, tendo em vista que a algum tempo os rios, principalmente os presentes em áreas urbanas, recebem uma carga contaminante oriunda de lançamento de efluentes domésticos sem tratamento. 
Sobre a possibilidade de construção e instalação da ecobarreira pela comunidade, o professor ressalta que se trata de um procedimento simples, o qual necessita de poucos materiais e muitos deles podem ser encontrados na própria residência de quem produzirá a estrutura. No entanto, o único cuidado que se deve ter é a limpeza, pois com o acúmulo de materiais, a estrutura pode ceder. “Com relação a perspectiva na instalação em outros locais, pretendemos ampliar o número nos próximos semestres em rios que cortem municípios da região. Caso alguém tenha alguma dúvida na construção, pode entrar em contato na UFSM que auxiliamos”, finaliza Borba.

Fonte: Jornal O Alto Uruguai
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