Um momento único está prestes a acontecer em Frederico Westphalen, especialmente para os apaixonados por futebol. Pela primeira vez no Campeonato Gaúcho, União Frederiquense e Grêmio se enfrentarão no município. Hoje, às 19 horas, na Arena União recém-reformada, a bola irá rolar escrevendo mais um capítulo na história futebolística da cidade e dos torcedores dos dois clubes. E como fica o coração de quem é gremista desde criança, mas também é apaixonado pelo Leão da Colina?

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Mais de uma década nas arquibancadas
O presidente da torcida organizada Guerreiros da Geral, do União-FW, Tiago Martins da Silva, é categórico: “Não tem para Grêmio nem para ninguém. É União”. O torcedor conta que cresceu sendo gremista e não esconde o carinho que ainda tem pelo clube. “Não sou hipócrita em dizer que morreu meu amor pelo Grêmio, mas desde a fundação do União sempre colaborei e ajudei organizar viagens e torcidas. Sempre divulguei muito e coloquei o União como meu primeiro time, na boa e na ruim”, ressalta Silva.
Bora, como é conhecido pelos amigos, conta que acompanha o Leão da Colina desde a fundação do clube, em 2010. “Nem tínhamos torcida ainda constituída e eu e outros amigos já organizávamos ônibus para ir nos jogos”, pontua.

Depois, os amigos fundaram os Loucos da Colina, que não permaneceu ativa por muito tempo, dando origem à Geral do União. Tiago conta que, devido a problemas com a diretória do clube na época, alguns torcedores acabaram deixando a organizada e fundado outra torcida, a Guerreiros do Leão. Mas a separação dos torcedores trazia problemas, como a divisão de patrocínios e a dificuldade para preencher lugares nos ônibus e vans que iam para os jogos fora de FW.

Em 2017, Guerreiros do Leão e Geral do União se uniram, formando a atual torcida organizada do clube, a Guerreiros da Geral. A torcida costuma se concentrar na avenida que dá acesso à arena, com direito a churrasco, cerveja e a banda dos torcedores. 

Tiago Martins da Silva é gremista, mas apaixonado pelo União-FW desde a fundação do clube (Foto: Nícolas Rahmeier)

Paixão antiga
Desde 2005, o gremista Tiago Risson se envolve com a movimentação das torcidas do Grêmio. Fanático pelo clube, ele foi presidente da associação dos torcedores da equipe em Frederico Westphalen e atualmente é cônsul-adjunto do município. Apesar da paixão pelo time da capital, ele admite um carinho pelo time da cidade em que mora.

– É um sentimento de gratidão ao União, porque graças ao excelente trabalho que todo o clube está fazendo, toda a atual diretoria tem feito, a excelente campanha no ano passado, nos proporcionaram a gente poder ter nosso time do coração aqui na cidade – declara Risson.

Mas, quando o apito iniciar e a bola rolar, ele não esconde para quem vai sua torcida. “A gente torce de coração para que o União permanece no Gauchão, para que a gente possa ter mais vezes o Grêmio aqui e outros times. Logicamente, nesse jogo, como gremista, não abro mão de torcer para o Grêmio, mas torço realmente para que o União consiga permanecer na primeira divisão”, acentua.

O cônsul do Grêmio em Frederico Westphalen, Olivério Vargas, tem fortes ligações com o tricolor da capital. Quando criança, ia com frequência ao antigo estádio Olímpico. Mais tarde, concorreu a uma cadeira no Conselho Deliberativo do clube. Mas desde que passou a morar em Frederico Westphalen, adotou um “segundo” clube.

– Adotei Frederico Westphalen como a minha cidade. Fui vereador, concorri a prefeito, e participei da direção anterior do União, como diretor das categorias de base e sou conselheiro do clube. É o jogo entre meu time de coração e o time que eu adotei e me adotou, vou ficar dividido. Mas tenho que representar o meu clube, como Consul do Grêmio, tentando dar todo o suporte. Um empate seria a melhor coisa do mundo – admite Vargas. 

Tiago Risson participa da organização de torcidas gremistas desde 2005 (Foto: Nícolas Rahmeier)