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Denúncia
Bispo de FW é acusado de estupro de vulnerável, afirma site
Em nota divulgada no início da tarde desta segunda-feira, 20, dom Antonio Carlos Rossi Keller disse que acusação é “inverídica”
Por: Douglas Cavalini
Publicado em: segunda, 20 de dezembro de 2021 às 15:50h
Atualizado em: segunda, 20 de dezembro de 2021 às 16:08h

O bispo diocesano de Frederico Westphalen, dom Antonio Carlos Rossi Keller, manifestou-se no início da tarde desta segunda-feira, 20, a respeito da reportagem do portal The Intercept Brasil, que traz trechos da denúncia do Ministério Público gaúcho que o acusa de ter cometido crime de estupro de vulnerável contra um ex-coroinha do município.

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Em nota, publicada em suas páginas nas redes sociais, dom Antonio chama de “inverídicas” as notícias divulgadas sobre o caso. “Diante das acusações que foram apresentadas em meu desfavor, junto às instâncias eclesiásticas e civis, após os procedimentos previstos pela legislação eclesiástica e civil, ambas já se pronunciaram a respeito, não acolhendo nenhuma destas acusações contra minha pessoa”, cita o bispo.


Segundo a reportagem do Intercept, a primeira denúncia dos possíveis crimes teria partido de dentro da própria igreja, a partir de uma carta redigida por sete padres e cinco fiéis, que acusavam o bispo de ter abusado de meninos menores de idade ligados à igreja. O documento teria sido enviado ao arcebispo de Passo Fundo e também ao Ministério Público (MP), que abriu inquérito, que corre em sigilo, para apurar o caso ainda em agosto de 2020. A denúncia do MP cita, segundo o portal, que o bispo teria abusado do ex-coroinha Lucas Faligurski, que morou com ele na residência episcopal. Os crimes teriam ocorrido entre agosto de 2008 e fevereiro de 2010, quando Faligurski tinha 13 e 15 anos, segundo o MP.


A denúncia ainda cita os crimes de lesão à saúde e coação no curso do processo em razão das punições que foram impostas ao padre Claudir Miguel Zucchi, que teria sido um dos párocos a assinar a carta com os primeiros relatos dos crimes, afastado de suas funções na igreja e que teria perdido direitos fornecidos pela instituição. 


A acusação do MP, porém, foi rejeitada pelo juiz da comarca local de FW, que alegou, ainda de acordo com a reportagem do Intercept, que parte das condutas do bispo não caracterizavam crime e que outras não teriam sido suficientemente descritas pelo MP, que recorreu da decisão. O caso, agora, está no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Caso a denúncia seja aceita, dom Antonio Keller passará a ser réu. 


A reportagem do AU tentou contato com o bispo para comentar o caso, mas, até o momento, não obteve sucesso.

Confira na íntegra a nota do bispo dom Antonio Keller:

Tendo conhecimento da divulgação de inverídicas notícias vinculadas por algumas pessoas e por alguns órgãos de informação contra a minha honra e minha boa fama, venho a público esclarecer o que se segue.
1. Diante das acusações que foram apresentadas em meu desfavor, junto às instâncias eclesiásticas e civis, após os procedimentos previstos pela legislação eclesiástica e civil, ambas já se pronunciaram a respeito, não acolhendo nenhuma destas acusações contra minha pessoa.
2. Portanto, estas denúncias já obtiveram respostas, todas elas em meu favor.
3. Caso seja necessário, serão tomadas as medidas cabíveis em desfavor daqueles que pretendem semear escândalo contra a pessoa do bispo diocesano, por contrariar interesses escusos e inaceitáveis.
Frederico Westphalen, 24 de novembro de 2021 
Dom Antonio Carlos Rossi Keller
Bispo de Frederico Westphalen

 

Fonte: Jornal O Alto Uruguai, com informações de The Intercept.
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