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Transplante de medula
Solidariedade que salva vidas
Por: Redação
Publicado em: terça, 14 de dezembro de 2021 às 09:59h

Em dezembro de 2007 fui surpreendido pela notícia que meu filho Pietro estava com leucemia. Era necessário um transplante de medula. Para tanto, precisávamos de um doador compatível com ele. Não conseguimos. Éramos somente 750 mil doadores cadastrados no Brasil. Durante nossa luta, como deputado federal, apresentei o projeto de lei para instituir a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea. O Pietro não encontrou um doador e faleceu em 2009. Um dia após a sua perda, foi sancionada a Lei que instituiu a semana entre os dias 14 e 21 de dezembro para ações de conscientização e mobilização. A luta pela vida não podia parar.
Desde então, anualmente, muitas pessoas, entidades e governos no Brasil todo se envolvem na causa, mobilizando a sociedade sobre cadastro, doação e transplante de medula. Nestes 12 anos sem o Pietro avançamos muito, quebrando a barreira da desinformação que ainda impedia muita gente de tomar a iniciativa de realizar este ato de solidariedade a quem precisa de ajuda para continuar vivendo. Hoje somos mais de 5,4 milhões de pessoas cadastradas no banco de doadores. E a cada novo cadastro, o coração de quem espera se enche de esperança.
Um doador compatível com um paciente é quase um alfinete no palheiro, pode existir um em cada 100 mil pessoas cadastradas. Por isso, a luta é diária para buscar mais doadores. Como pai que perdeu um filho não posso entender a decisão do Ministério da Saúde que limitou a solidariedade ao restringir o número de cadastros/ano do Brasil, de 300 mil para 149 mil, e a idade máxima para se cadastrar, de 55 anos para 34 anos e 11 meses. Aqui no RS, que antes podíamos cadastrar 21 mil pessoas/ano, hoje são apenas 6 mil candidatos/ano à doação.
Na terça-feira começa a XIII Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea,  que neste ano conta com a parceria da OAB/RS e do Hemocetro. Se a solidariedade passou a ter limite, a esperança é infinita e se renova. Se tornar um candidato a doação é muito simples, basta procurar o Hemocentro mais próximo. A solidariedade salva vidas!

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Por Beto Albuquerque, presidente do Instituto Pietro-Doe Medula

Fonte: Jornal O Alto Uruguai
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