A redução das precipitações no Rio Grande do Sul configura um cenário de estiagem, especialmente no Centro-Oeste do Estado, onde os prejuízos nas lavouras são mais graves. Segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado nesta quinta-feira, 23, as áreas semeadas no início de novembro enfrentam floração abaixo do esperado, queda de folhas e flores, além de perdas significativas de estruturas reprodutivas, o que compromete a produtividade. Já nas áreas de soja plantadas em dezembro, a exposição ao vento e à radiação solar, causada pela falta de fechamento das entrelinhas, intensifica a perda de umidade no solo e favorece o retorno de plantas daninhas.
Nas regiões mais críticas, caracterizadas por solos rasos e arenosos ou longos períodos sem chuva, há registro de mortalidade de plantas jovens devido ao enraizamento inadequado, além de folhas comprometidas e desenvolvimento vegetativo inferior ao esperado. Em contrapartida, no Leste do Estado, o estresse hídrico reduziu significativamente, aproximando-se de condições normais. Nas áreas elevadas do Planalto e nos Campos de Cima da Serra, as chuvas regulares têm contribuído para manter o potencial produtivo das lavouras.
O plantio da soja avançou em áreas onde as chuvas aumentaram a umidade do solo, mas ainda não foi concluído. Atualmente, 99% da área projetada está plantada, com 51% das lavouras em germinação e desenvolvimento vegetativo, 34% em floração e 15% em enchimento de grãos. Em função da estiagem, os sistemas de irrigação estão em operação regular, garantindo o desenvolvimento adequado das culturas. No entanto, o aumento da umidade exige maior atenção ao monitoramento de ferrugem asiática.
Milho avança com bons resultados
A colheita do milho progrediu significativamente, alcançando 28% da área projetada. As lavouras plantadas entre agosto e outubro, que não enfrentaram restrições hídricas, apresentam resultados iniciais superiores às expectativas, mesmo nas áreas impactadas pelo período seco de novembro.
No caso do milho destinado à silagem, a produtividade está elevada devido à boa disponibilidade de água durante o ciclo. As atividades de ensilagem continuaram mesmo com as chuvas recentes em algumas regiões, que beneficiaram as lavouras em estágio reprodutivo.
Apesar das adversidades climáticas em algumas regiões, o cenário agrícola do Estado permanece heterogêneo, com resultados mais favoráveis nas áreas que receberam chuvas regulares.