O filme "Divertida Mente 2" trouxe a sequência do sucesso de 2015 e bateu recordes de bilheteria, tornando-se a terceira maior animação, em público, de uma animação nos Estados Unidos. A produção usa personagens lúdicos para ensinar de forma didática sobre o funcionamento do cérebro humano e o desenvolvimento emocional durante o crescimento de uma pessoa, por meio das emoções Alegria, Tristeza, Raiva, Medo, Nojo, Ansiedade, Vergonha, Inveja e Tédio.
Como funcionam as emoções no cérebro?
De acordo com o Pós PhD em neurociências e membro da Society For Neuroscience nos Estados Unidos, doutor Fabiano de Abreu Agrela, a formação e interação emocional no cérebro é um processo bastante complexo. “As emoções no cérebro são processos complexos fundamentais para o nosso dia a dia, elas são controladas por várias áreas cerebrais de forma interligada”, diz.
Ainda, segundo Agrela, a amígdala lida com reações como medo e prazer, enquanto o hipotálamo gerencia respostas emocionais mais básicas, como raiva e aversão. “Já o córtex pré-frontal ajuda a tomar decisões e controlar as emoções, e o hipocampo liga emoções a memórias. Juntas, essas (e outras várias) regiões trabalham para formar e ajustar nossas emoções, influenciando como reagimos e percebemos o mundo ao nosso redor. Essa interação complexa permite que tenhamos respostas rápidas e apropriadas às nossas experiências diárias”, explica.
Cada emoção é influenciada dos infinitos fatores, mas existem substâncias, como hormônios e neurotransmissores que ajudam a regular, direcionar e/ou intensificar as emoções. “Os neurotransmissores são os ‘mensageiros da vida’ por serem os responsáveis, também, por nossos comportamentos”, ressalta o doutor.
As emoções do filme e seus neurotransmissores
Alegria: Dopamina, serotonina e endorfina, neurotransmissores relacionados com prazer, motivação, euforia, humor e alívio.
Tristeza: Baixos níveis de serotonina, noradrenalina e cortisol, relacionados à introspecção, estresse e alerta.
Raiva: Testosterona, noradrenalina, cortisol, neurotransmissores ligados a emoções intensas, agressividade, impulsividade e desejo por dominância.
Medo: Adrenalina, responsável pelo instinto de “lutar ou fugir” e cortisol, que lida com o estresse e contribui para um estado de alerta aos perigos.
Nojinho: Glutamato, age na correlação entre memórias desagradáveis e experiências atuais, dopamina, contribui para intensificar a reação ao nojo, serotonina, que aumenta a resposta à aversão.
Ansiedade: Noradrenalina, prepara o corpo para respostas a situações de estresse, serotonina, regula o humor, cortisol, responsável por gerenciar o estresse, GABA, ajuda a regular a atividade ansiosa.
Vergonha: Serotonina, contribui para influenciar sentimentos de vergonha e autocrítica, cortisol, regula o estresse e intensifica o sentimento de vergonha.
Inveja: Ocitocina, responsável por emoções sociais e influencia sentimentos de desonestidade, dopamina, intensifica a busca por objetivos.
Tédio: Adenosina, regula o estado de sono-vigília, o que pode contribuir para um sentimento de desinteresse e sonolência, glutamato, responsável pelo efeito excitatório no cérebro, quando está desregulado pode gerar tédio e desinteresse nas tarefas.