Publicidade
Vitória
Um presente chamado vida!
Carla Andréa Teston conta um pouco da sua experiência com o tratamento de um câncer de mama e como foi receber a notícia da cura pertinho dessa data tão importante
Por: Márcia Sarmento
Publicado em: quarta, 27 de dezembro de 2023 às 13:41h
Atualizado em: quarta, 27 de dezembro de 2023 às 13:46h

O ano de 2023 foi marcado por emoções diferentes para a técnica de Enfermagem e funcionária pública municipal Carla Andréa Teston, de Frederico Westphalen. Entre cerca de seis meses, ela viu sua vida mudar totalmente de uma hora para a outra, devido a um diagnóstico de câncer de mama. Entretanto, ela venceu a luta contra a doença e comemora neste Natal o maior presente que poderia ter recebido: a vida!

Publicidade

Após se recuperar de uma fratura no braço, ocorrida em fevereiro, Carla realizou, no mês de julho, uma densitometria para acompanhamento do caso. “Resolvi aproveitar para já fazer a mamografia, pois faço há mais de 20 anos os exames preventivos anualmente”, recorda. O médico que fez o exame já solicitou uma biópsia porque encontrou um nódulo suspeito, que não aparecia ao toque. “Sempre faço o acompanhamento porque minha mãe teve câncer, mas o meu caso não foi de origem genética”, conta.

Carla agendou a biópsia sem revelar nada para a família e, nesse mesmo tempo, já realizou uma consulta oncológica e com um cirurgião. “Quando saiu o resultado levei para o oncologista e ele já confirmou que era um tumor maligno e ia necessitar fazer um tratamento. Mesmo eu trabalhando na área da saúde essa é uma notícia que nos tira o chão, que desestabiliza mesmo, desde a hora que você recebe o diagnóstico até a hora de começar a quimioterapia. Tudo muda, cai o cabelo e por mais que ele cresça novamente, isso mexe muito com a autoestima, porque não é só o cabelo, é a sobrancelha, as unhas, são fortes os efeitos colaterais”, conta.

Enfrentando o desafio

Após contar para a família, Carla teve apoio incondicional, especialmente da sua filha Luiza Boscardin, que, pequenininha, lutou e venceu a leucemia. O primeiro passo foi realizar a mastectomia total radical para a retirada da mama. Em uma clínica na cidade de Passo Fundo, ela realizou oito sessões de quimioterapia, com diferentes intensidades. “As quatro primeiras sessões, chamadas de quimioterapia branca, foram mais tranquilas, eu conseguia fazer academia, cozinhar, enfim, todas as atividades normais. Já a quimioterapia vermelha é bandida, é aplicada em 15 minutos, mas causa mais reações”, detalha.

Segundo Carla, apesar dos efeitos colaterais ela sempre tentou viver a vida da maneira mais natural possível. “Sempre procurava ocupar meu tempo, por mais que precisei ficar afastada do trabalho por quatro meses. Eu lia um livro, assistia um filme, limpava alguma coisa. Me mantinha ativa, mesmo que estivesse ruim de manhã, levantava para tomar chimarrão com a minha filha, o café. Se eu estivesse bem, fazia o almoço. Minha filha sempre estava comigo pela manhã e, quando ela saía para trabalhar à tarde, alguém da família vinha. Esse apoio foi fundamental”.

Ela reforça a importância de as mulheres realizarem os exames preventivos, se tocarem, para que o diagnóstico, em caso de positivo para câncer, possa ser logo no início, aumentando as chances de cura.

Gratidão pela cura

Agora, Carla precisa fazer um acompanhamento hormonal por cinco anos, mas não tem mais câncer. Essa notícia ela recebeu como um verdadeiro presente, uma vida renovada, pela qual ela só pode sentir gratidão. “É uma sensação que a gente não tem como explicar. Lá na clínica, quando você termina o tratamento, toca um sininho, é uma despedida, com uma celebração pela superação, algo muito bonito. Uma parte da minha família me acompanhou nesse último dia e na hora que eu toquei, eu senti como se estivesse renascendo”.

Emocionada, Carla compartilha que a fé, a espiritualidade, a crença em Deus sempre nortearam a sua vida. Por isso, sempre pediu para que ela pudesse ter clareza sobre qual a sua missão, o que era preciso aprender com essa situação. “Me perguntava porque isso veio para mim, o que eu precisava aprender com isso, se tinha uma missão, o que Deus queria me mostrar. E eu ainda não sei exatamente. O que sei é que fui muito acolhida pela minha família, por meus chefes, por meus colegas do Caps de FW, médicos e equipe da clínica, onde fiz muitas amizades. São pessoas que mantenho o contato hoje, quase que diariamente. Só mesmo Deus para me dar essa cura, e eu agradeço todos os dias”, finaliza.
 

Fonte: Jornal O Alto Uruguai
Vitrine do AU