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Gabriela Amaral Silva
“Era para ser um intercâmbio e se tornou minha casa”
Por: Susi Cristo
Publicado em: quarta, 29 de novembro de 2023 às 10:27h
Atualizado em: quarta, 29 de novembro de 2023 às 10:37h

Os sonhos dos jovens que querem fazer intercâmbio e morar fora do Brasil são diversos, mas geralmente envolvem alguns objetivos, como aprimorar o idioma, explorar uma nova cultura, crescer profissionalmente e pessoalmente, assim como foi para a escolha da Gabriela Amaral da Silva, que deixou a casa da sua irmã e cunhado em Seberi, em fevereiro de 2022, e embarcou para Dublin, sozinha, com muitos medos, mas que foram superados pela realização do seu sonho.
 – Eu estava concluindo o curso de Engenharia Civil na URI, quando resolvi fazer um intercâmbio para estudar inglês e passar um tempo fora, onde imaginava separar minha jornada da faculdade com o início da atuação na área. Então, junto com o meu amigo Victor, decidimos o destino (Irlanda). Depois de fechar o pacote com uma agência, veio a pandemia, onde nos fez adiar cerca de um ano o embarque, onde então, em fevereiro de 2022, embarcava para Dublin, sozinha, pois Victor já havia mudado de planos. Foi um misto de sensações, mas eu estava certa do meu objetivo – conta Gabriela.

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Adaptação
A adaptação em outro país envolve diferentes desafios, desde a saudade da família e amigos, o idioma, mas a experiência é enriquecedora e com planejamento, dedicação e esforço, é possível superar todos os obstáculos. 
– Quando cheguei, iniciei as aulas e em poucos dias já consegui o primeiro trabalho, como cleaner (limpeza), que era basicamente recolher canecas de café em um escritório de cerca de cinco andares, colocar na máquina de lavar louças e distribuí-los de volta em cada pavimento. A adaptação foi tranquila, estava tão empolgada com tudo que estava vivendo que os perrengues diários se tornavam engraçados. Passei alguns com o transporte público, por exemplo, mas logo aprendi. Encontrar casa para morar também foi um desafio, o país enfrentava uma crise de aluguel e isso era uma preocupação bem grande. Fiquei em um hostel nos primeiros 12 dias quando cheguei e o principal foco era encontrar onde morar. A primeira casa que morei éramos em 12 pessoas – relembra. 

Para a Itália
Depois de alguns meses de trabalho e escola, Gabriela decidiu reconhecer a sua cidadania italiana e ir para a Itália. “Com a cidadania, percebi que poderia facilitar muito a vida aqui trabalhando em período integral. Iniciei a pesquisa dos documentos com a ajuda do meu primo Junior Sotilli, e em pouco tempo me organizei e consegui reunir os documentos. O Victor, que já estava lá, veio me encontrar em Dublin, viajamos para Londres e depois passamos um tempo na Itália, enquanto iniciava o meu processo de cidadania. Esse tempo morando lá foi uma fase intensa, pude trabalhar, conviver e conhecer um pouco da cultura, aprender uma nova língua do zero, fiz amizades que levo para a vida”, frisa.

Brasil-Dublin
Depois de vir passar férias no Brasil e ficar por seis meses, por conta de um acidente na família e o estado de saúde de uma de suas sobrinhas, Gabriela retornou para Dublin, desta vez acompanhada do esposo Renan, onde hoje eles compartilham dos mesmos sonhos. “Sentia que minha jornada fora ainda não tinha acabado, estava ansiosa para voltar. Atualmente não estudo, trabalho na Dunnes Store, uma loja grande, onde minha função é basicamente colocar os preços dos produtos. A experiência de morar fora é muito boa, é diferente de tudo o que imaginamos antes de vir, muito longe de ser mil maravilhas, como muitos devem pensar, mas é enriquecedora, nos ensina a lidar com a saudade, com os sentimentos, com as adversidades do dia. Mas sigo feliz, realizando o meu sonho. O que era para ser um intercâmbio de oito meses se tornou minha casa”, finaliza.

 

Fonte: Jornal O Alto Uruguai
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