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Victor Pegoraro Argenta
“Desde pequeno sonhava morar fora do Brasil”
Por: Susi Cristo
Publicado em: terça, 14 de novembro de 2023 às 17:54h
Atualizado em: terça, 14 de novembro de 2023 às 17:57h

Um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada mostrou que 57% dos jovens brasileiros, entre 18 e 24 anos, gostariam de morar fora do país. Morar fora do Brasil é uma experiência desafiadora, mas também muito gratificante, pois com planejamento e determinação é possível realizar esse sonho e construir uma vida melhor no exterior. E assim foi com o seberiense Victor Antonio Pegoraro Argenta, de 26 anos, que desde pequeno já sinaliza o desejo de um dia “desbravar” o mundo.
– Desde pequeno sempre gostei muito de viajar e já sonhava em conhecer o mundo e morar fora do Brasil. Durante a pandemia, enquanto concluía o curso de Arquitetura e Urbanismo na URI/FW, em conversa com uma amiga decidimos pesquisar sobre intercâmbios. Mas assim não era para ser, e após dois adiamentos por conta da situação atípica que estávamos vivendo decidi que era melhor eu ir primeiro para a Itália fazer o reconhecimento da minha cidadania e após isso seguirmos juntos para a Irlanda, que era nosso destino inicial – relembra.

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Muitas experiências
A partir de ter alinhado os primeiros passos, Victor iniciou uma jornada incrível na realização do seu sonho. “Em mais ou menos um mês eu organizei minha viagem, e após uma quarentena na Sérvia e quatro países do Leste Europeu rodados de ônibus cheguei à Itália. O que era para ser apenas alguns meses tornou-se um ano, de muitas experiências novas vividas, uma nova língua, novas amizades, novos empregos e tudo era um desafio. Durante minha passagem pela Itália trabalhei lavando pratos e como garçom em um hotel, e foi lá também que expandi meus conhecimentos sobre o reconhecimento da cidadania italiana, trabalho que continuo realizando até os dias atuais”, conta o jovem.

Da Itália para a Irlanda
Prestes a concluir um ano morando na Itália, Victor decidiu então mudar para a Irlanda, país que era o principal destino desde o início. “Desde que cheguei aqui sofri bastante com o idioma, por mais que já tinha estudado inglês antes, na prática é diferente, o sotaque, as expressões. Mas por possuir cidadania, no quarto dia já comecei a trabalhar lavando louças em um café, lá mesmo começou meu treinamento como barista e ali trabalhei por mais alguns meses. Atualmente, trabalho como agente de operações de rampa no Aeroporto Internacional de Dublin para a Ryanair. Nessa função eu faço os procedimentos no avião desde sua chegada até a partida para um novo destino, como conectar carregador, colocar escadas e malas, auxiliar no embarque e desembarque de passageiros, e ficar em contato com a tripulação para atender as necessidades dos voos. Além desse trabalho, concilio mais dois, o de reconhecimento de cidadania italiana e durante algumas vezes no mês realizo o descarregamento de contêineres de cafés que vêm do Brasil”, detalha.

Saudade de casa e planos
Apesar de ter deixado um “pedaço” seu no Brasil, a adaptação de Victor na Itália foi muito boa. No começo ele conversava por chamada de vídeo com a família todos os dias, mas conforme a rotina foi se adequando, as ligações foram tornando-se menos frequentes e a saudade aumentando cada vez mais, mas ele conta que sempre teve a sorte de estar rodeado por boas pessoas, as quais são fundamentais como apoio emocional.
– Sou filho do Vilson Argenta e da Catiúcia Pegoraro Redel. Meu pai e minha madrasta Luciana moram em Palmeira (PR), e minha mãe e meu padrasto Marcos em Seberi. Meu padrasto sempre foi o grande incentivador para que eu realizasse esse sonho de morar fora do Brasil, e sei que todos eles torcem muito por mim. Meus planos são de continuar em Dublin por mais alguns anos, até meu inglês melhorar bem, e somente depois disso pretendo me estabelecer em um novo país. Até aqui nada foi fácil, nada foi como influencers diziam ou como era mostrados nos vídeos do YouTube. Todo lugar no qual cheguei foi um perrengue atrás de outro, que hoje já sei lidar um pouco melhor com os novos e que posso olhar para minhas lembranças em forma de inúmeras páginas digitadas, que uso como terapia sobre as experiências que passei e rir junto dos meus amigos. Hoje sigo no meu sonho, guardando em minha mala todas as vivências de se estar morando fora do Brasil – finaliza.
 

Fonte: Jornal O Alto Uruguai
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