Brasil X Estados Unidos - 2ª parte
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quarta, 23 de outubro de 2024

Vários fatores contribuem e são responsáveis pelo desenvolvimento de um país. Vimos o quanto a geografia influi. Hoje veremos como a Religião penetra na Economia. As ideologias deixam a sua marca na população. Houve época que o Positivismo era a moda. Mas logo se percebeu que a doutrina de Augusto Comte desmoronou. Agora, a moda é Karl Marx que tudo explica pela técnica de produção. O dinheiro move o mundo, segundo os marxistas-comunistas.

Durante os Séculos XVII, XVIII e XIX Brasil e Estados Unidos, em matéria de civilização e desenvolvimento caminhavam em linhas paralelas. Com o advento do carvão, a indústria tomou a dianteira. E onde aparece carvão, ferro e petróleo surge a civilização industrial. Nos tempos da Idade Média, a cultura, literatura e comércio tudo concorria para a maior glória de Deus. Prova inconteste são as artísticas catedrais e o conhecimento literário que encontrou refúgio nos mosteiros. Pois bem, com o advento da Revolução Industrial, os americanos avançam e os brasileiros marcam passo.

Os Estados Unidos foram colonizados por Calvino que preconizava a riqueza como ideal. Ele é furiosamente contra o pobre. O trabalho bem sucedido significa Salvação, e que Deus está abençoando as pessoas. Já o Brasil, colonizado por portugueses católicos, foi educado na filosofia Tomista que ensinava que o negócio feito exclusivamente para enriquecer era pecaminoso, apregoando a repulsa pelo lucro. E quando descobre as fabulosas fortunas nas minas de ouro e pedras preciosas começa a ter problemas de consciência. Já os americanos calvinistas veem as virtudes econômicas como supremas. Para eles, os ricos terão preferência no Reino dos Céus. Com eles, “os camelos começam a passar pelo fundo da agulha”. Os católicos brasileiros, na pobreza conduzem-se com dignidade e na riqueza perdem compostura ao passo que os americanos na miséria estão a dois passos do suicídio.

O imigrante português chega aqui desprovido das virtudes econômicas. Portugal despejava no Brasil o enxurro da sua sociedade. Só lhe interessava enriquecer e voltar para Portugal, onde gozaria a glória do ouro descoberto. Não fossem as incursões dos franceses e holandeses, a Corte não tinha lembranças da sua colônia. Ao contrário o imigrante americano vinha para estabelecer nos Estados Unidos a sua pátria definitiva, trazendo mulher, filhos e haveres. Conquistava cada palmo de terra, organizava um corpo cívico e político, elaborava leis para o seu novo país, às quais rendia submissão e respeito. No Brasil, parece que ainda hoje, as leis são feitas para serem burladas, deixando brechas para o seu não cumprimento. Roberto Campos emplacou: “Calma: o Brasil não corre o risco de dar certo”.

O hobby do americano é a jardinagem, a oficina e o laboratório de pesquisas, no sótão da casa. Dado eloquente, até 1.952 já tinham patenteado 2.600.000 inventos. Os que colonizaram o Brasil, juravam não fazer nenhum trabalho manual, enquanto conseguissem um escravo que trabalhasse por eles. Quando foi lida a Bula Papal que excomungava os escravizadores de índios, rasgaram o documento e pisotearam o padre que o lera.

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