O profeta Sofonias, na 1a Leitura deste Domingo (Sofonias 3,14-18) anuncia desastres e sofrimentos a todo o povo de Israel. O país vive uma profunda crise moral por ter abandonado a obediência da fé e da Promessa. E as consequências são terríveis. No entanto, Deus nunca abandona seu povo. Junto com a triste notícia do mal que se abaterá sobre o povo eleito, é também anunciado um tempo novo, de renovação. Deus fortalecerá a Aliança e dará um novo vigor a seu povo. O aspecto que mais chama a atenção nesta situação é o da proximidade de Deus, que produz efeitos de tranquilidade, alegria e paz.
Esta proximidade do Senhor será a fonte para o perdão dos pecados, para a libertação de todo o mal e finalmente para a revogação da condenação. E os grandes frutos desta ação de Deus serão o da reconciliação e o da volta para a comunhão com Deus.
Na 2a Leitura (Filipenses 4,4-7) encontramos São Paulo em um momento difícil de sua vida, em uma destas situações de dificuldades: prisioneiro, abandonado por muitos dos irmãos da mesma fé, o Apóstolo tem consciência de ter recebido de Deus todos os auxílios necessários para não desanimar. Este sentimento se torna ainda mais profundo e agradecido pelo apoio humano e espiritual que lhe chega da Comunidade cristã de Filipos.
Sem angústias, revestido de serenidade, de amabilidade e mansidão, sempre alicerçado na vida de oração, o Apóstolo nos ensina como devemos enfrentar as horas difíceis que tantas vezes se abatem sobre nós. Nosso Deus é o Deus da Paz. E a Paz é o principal efeito de quem dele nunca se afasta.
O Evangelho (Lucas 3,10-18) nos apresenta de forma concreta como se realiza a conversão anunciada por Cristo. Trata-se de uma nova atitude em relação a Deus, através do perdão dos pecados, mas também traz a novidade no que diz respeito ao relacionamento com o próximo: amor, proximidade nos momentos difíceis e respeito pelos bens dos demais, estes são os princípios que devem nortear nossa convivência com os demais.
No trecho de hoje, Nosso Senhor se apresenta como juiz que purifica com o Espírito de Deus, mas também como aquele que condena ao fogo eterno, fogo que não purifica mais e não se extingue mais, para o qual estão destinados aqueles que não tem em suas vidas a consistência do amor (palha).
Em cada Eucaristia que celebramos, especialmente naquela dominical, somos convidados a dar graças a Deus por Ele sempre estar entre nós, dirigindo-nos sua Palavra e o alimento de seu Corpo e de seu Sangue.
O Domingo é para nós o dia de crescermos na fé e no amor, pois este é o grande dom do Espírito para sua Igreja.
Vivamos intensamente cada Domingo como oportunidade de uma maior comunhão com nosso Deus e com nossos irmãos.