Honra banalizada
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segunda, 12 de julho de 2021

Nosso nome e sobrenome somado à maneira como pautamos nossos atos no decorrer da vida, traduzem nossa reputação, nosso "brand" (marca). Cuidar desse importante patrimônio é preservar a honra, que pode ser dilapidada por nossos próprios feitos ou por outrem, por meio da calúnia. A tríade identidade, imagem e reputação são irmãs e andam juntas, uma vez que a primeira espelha quem somos; a segunda, como as pessoas nos percebem; e a terceira, se refere ao acúmulo de imagem, positiva ou negativa, que possuímos. Claro que, quem detém de uma reputação ilibada, está mais blindado a ataques caluniosos, mesmo assim, o veneno lançado é um caminho sem volta e deixa o caluniado, refém da opinião pública. 
A impunidade pode passar a ideia que inventar sandices de alguém, se resume à “conversa de comadres” até bater à porta um processo… Processo? Como assim? Há de falar o caluniador, já tão acostumado a difamar. Rui Barbosa já dizia: "Caluniar é roubar, porque o nome é o primeiro dos patrimônios do homem, é a base de seu crédito, é o acalento de sua alma", sendo três os crimes contra a honra: a injúria, a calúnia e a difamação. Apesar de estarem tipificados no Código Penal, são crimes distintos, sendo a calúnia e a difamação (crimes que atingem a reputação do indivíduo perante a sociedade) e a injúria (um ataque ao sentimento de respeito pessoal). Em que pese sentença que obrigue retratações e indenizações por danos morais, o dano causado à vítima é irreparável, não tendo perdão ou dinheiro que retrate. Um “desculpe, eu menti”, não desfaz a imagem arranhada, não devolve saúde física e mental, tampouco ressuscita pessoas que morreram ou tiveram seus afetos indo a óbito, antes de dirimida a verdade. A construção de cenários, dos atores e seus papéis nas cenas contadas, costumam ser páreo duro se comparados à ficção das novelas. Estórias (com "e" mesmo) escabrosas e criativas fazem sucesso e rendem ibope ao passo que também confundem: E agora? Quem são os vilões? Quem são os mocinhos? O tempo dirá. De tudo que possamos depreender, de gente que se presta a caluniar, tão pior é quem ajuda a difamar, sem antes se informar da veracidade dos fatos. Na dúvida…? Pergunte ou se cale. 
Bons Ventos! Namastê.
 

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