Energia renovável, limpa e de baixo custo?
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sexta, 19 de abril de 2024

Publicação da: professora-doutora Aline Ferrão Custodio Passini

Ao longo do desenvolvimento da humanidade, o uso da energia  tornou-se cada vez mais essencial na vida de todos e o desenvolvimento de novas tecnologias aliado ao crescimento populacional fizeram com que fosse necessário a busca por outras fontes de energia, energia essa mais sustentável e de fontes renováveis. 
Energias renováveis podem ser definidas como fontes naturais de energia que se regeneram, substituindo o uso de combustíveis fósseis. São opções inesgotáveis, com impacto ambiental reduzido. Exemplos de energia renovável incluem solar, eólica, hidrelétrica, geotérmica e biomassa.
Diante disso, o desenvolvimento de matrizes renováveis gera um impacto menor, principalmente em relação ao meio ambiente e consequentemente, à sociedade em geral. 
Uma fonte renovável, que  gera muita economia para o bolso e que contribui com a questão de sustentabilidade é a energia solar. O Brasil é um país que possui um grande potencial energético, mesmo em regiões com pouca incidência solar, e possui regiões com características ambientais muito favoráveis, contribuindo para sua eficiência energética. 
De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), em 2023, a fonte solar representou 36GW de geração de energia, significando cerca de 16% da matriz elétrica, com expectativa de 45,5 GW para 2024. 
A matriz elétrica brasileira é ainda mais renovável do que a energética, isso porque grande parte da energia elétrica gerada no Brasil vem de usinas hidrelétricas. A energia solar e a eólica vem crescendo bastante, contribuindo para que essa matriz continue sendo, em sua maior parte, renovável (Figura 1).
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil conta com 89,9 milhões de unidades consumidoras de energia elétrica, sendo apenas 3,2 milhões beneficiadas pela geração solar distribuída. 

(BEN, 2023; total em 2022: 677 TWh -terawatt-hora)

O Brasil é um país com grande potencial para implementação de sistemas solares devido ao alto índice de radiação, entre outros. Isso faz com que a geração de energia solar se torne realidade cada vez mais rápido para a população, possibilitando ainda mais a introdução de geração renovável na matriz e da transição energética do País.
Segundo as Nações Unidas em um dos seus objetivos do desenvolvimento sustentável, o ODS 7, até 2030 ocorrerá um aumento da participação de fontes limpas no mundo, gerando energia limpa e preços acessíveis as pessoas, levando a diminuição de gás carbônico na atmosfera. 
Os ODS trabalham com a integração de ações, que auxiliam na tomada de decisão para melhorar a qualidade de vida, de forma sustentável, para a atual e futuras gerações. Também oferecem orientações claras e metas para todos os países adotarem em acordo com suas prioridades e desafios ambientais de todo o planeta.
O ODS 7, resumidamente, é garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e renovável para a população. Com o crescimento populacional, os investimentos em fontes alternativas de energia estão cada vez maiores.
Os objetivos da ONU até 2030 com relação à energia são os seguintes:
?    assegurar que todos tenham acesso confiável, moderno e a preços acessíveis ao serviço de energia;
?    aumentar o percentual de energias renováveis;
?    dobrar a taxa global de eficiência energética;
?    reforçar a cooperação internacional para facilitar o acesso às pesquisas e às tecnologias relacionadas à energia, e;
?     promover a melhoria na infraestrutura e nas tecnologias para fornecimento de serviços de energia modernos e sustentáveis aos países em desenvolvimento.

Enfim, o Brasil possui fatores favoráveis ao crescimento de sua inserção no mercado, devido às suas características de incidência e irradiação solar e pela sua alta produção de silício, material utilizado na fabricação das placas solares. 

Fontes:
https://www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/matriz-energetica-e-eletrica
https://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/balanco-energetico-nacional-ben

Fonte: