O mundo digital tem mudado o comportamento das pessoas, o que impacta na saúde mental de forma negativa. Todos os dias são lançadas na internet 2,2 milhões de terabytes de informações, essa quantidade exigiria mais de 2 trilhões de páginas A4 impressas, segundo o Instituto Gartner. Com isso, vemos que é impossível absorver tantas informações em nosso cotidiano. Outro dado preocupante é que os brasileiros passam mais da metade de suas vidas na internet, de acordo com estudo da NordVPN.
    A hiperconectividade é uma marca de nosso tempo que afeta nossa mente até o esgotamento e causa sofrimento emocional quando usada em excesso. A superestimulação do cérebro causa confusão mental e atrapalha o nosso raciocínio, além de nos tornar ansiosos, pode resultar também em lapsos de memória e dificuldade de concentração, de acordo com a neuropsicóloga Paula Gerlach. Qual é o caminho do equilíbrio? O primeiro passo é ter uma vida offline tão interessante quanto a online. Cultivar boas amizades, praticar atividades físicas, ter contato com a natureza, ter momentos de silêncio e descanso, dormir bem, ter práticas espirituais. 
Além disso, determine momentos específicos para ver as redes sociais, nos momentos de lazer procure ficar longe do celular, precisamos ser seletivos com a quantidade e a qualidade de dados que nos cercam, não temos que seguir todas as páginas de notícias ou assistir a todos os telejornais. No livro: A dieta da informação- uma defesa ao consumo consciente, o autor Clay Johnson reitera que estamos enfrentando uma tempestade de distrações, recebendo excesso de notificações e que é preciso ser criterioso e cuidadoso nas escolhas que fazemos. 
Hoje nossa memória não funciona exatamente como há alguns anos em que guardávamos muito mais informações. Os dados que antes registrávamos em nossa mente hoje habitam a memória de computadores e celulares, e diante dessa usabilidade é impossível imaginar vivendo sem eles. Com as facilidades da vida moderna, ficou no passado o esforço que os nossos pais e avós faziam para registrar números de telefone, fazer cálculos “de cabeça”, memorizar as datas de aniversário e aquelas que aprendiam nas aulas de história e geografia. No entanto, é preciso estimular intelectualmente o cérebro através da leitura e estudo para a criação de novas conexões neurais que favorecem o raciocínio e a criatividade. 
Enfim, a internet tornou-se uma ferramenta indispensável em nossas vidas, ela é um meio em que interagimos com o mundo, buscamos informações com rapidez e entretenimento, apesar disso, é preciso usá-la de forma saudável em consonância com outras atividades do cotidiano. Uma vida equilibrada requer o comprometimento consigo mesmo respeitando seus limites e buscando uma existência com satisfação, motivação, produtividade e criatividade. Pensemos nisso!