Será que somos “cringe”?
**Os textos de colunistas aqui publicados são de sua total responsabilidade e não refletem a opinião do jornal O Alto Uruguai.
sexta, 02 de julho de 2021

O termo “cringe” tem sido muito usado entre os jovens nos últimos dias, e está motivando uma grande polêmica com os mais velhos. Calma! Se você não está entendendo nada deste tal cringe, fique tranquilo! Eu também precisei pesquisar no Google para entender o que significa, afinal, sou um tradicional “baby boomer” nascido antes dos anos 60.
Para explicar à geração Z, hoje adolescentes (nascidos entre 1990 até 2010), o termo “cringe” é usado quando estamos “pagando um mico”, passando vergonha alheia, sendo cafona, entre outros termos. Quando as gerações mais velhas usam algumas frases/termos, como pagar boleto, tomar café da manhã, usar emojis (rostinhos do WhatsApp), vestir calça skinny, ir ao banco, tirar um extrato ou pedir um talão de cheques, entre outros, são expressões consideradas “cringe”.
Todo mundo um dia também vai ser “cringe”, porque envelhecer é normal, e mais normal ainda é os jovens e adolescentes julgarem vergonhosas as atitudes das gerações mais velhas, quando falam expressões deste tipo. Mas, o que será que tem de errado nisso para os adolescentes?
Para saber se você também é um “cringe”, muito provavelmente está lendo este texto e achando “longo demais” para chegar ao fim, o que não seria problema para as gerações mais velhas, a “Y” e “X”.
Você já parou para se perguntar de onde vem este desconforto que sentimos diante do envelhecimento? Olha o contrassenso, pois quando jovens queríamos acelerar a juventude e criticávamos os adultos por suas expressões, e quando viramos adultos passamos a querer controlar o tempo para voltar a ser jovem e também ser considerado um “cringe”. E isso é incrível!
Cada fase da vida tem sua beleza e seu próprio vocabulário. O jeito de se comunicar sempre teve suas mudanças com o passar dos anos, e isso nos traz maturidade para lidar com as relações interpessoais, e traz habilidades que tornam a vida mais fácil, além do autoconhecimento para lidar com as próprias emoções e sentimentos diante dos outros, especialmente os adolescentes.
Assim como querer ser jovem também é ótimo, se estivermos abertos para esta troca de gírias e emoções, aprenderíamos muito mais e teríamos muito mais a ganhar do que a perder nesta forma de se relacionar com todas as gerações, independentemente da idade.
A felicidade sempre esteve e sempre estará no agora, seja você da geração “X”, “Y”, “Z”, “milenium” ou “baby boomer”. Viva o seu momento independentemente da idade e a gíria que usa. Porém, não esqueça de também conviver com a versão do agora das novas gerações “cringe”.
Observação com um pouco de humor: “Se você tem mais de 35 anos, pouco entendeu do que escrevi e pretende se comunicar com os jovens da geração “Z”, aconselho aprender inglês urgente, caso contrário “we're screwed”. Se não entendeu, dá uma pesquisada no Google (kkkk).
Até a próxima!

Fonte: