Vou me mudar para o Uruguai
**Os artigos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores, não traduzindo a opinião do jornal O Alto Uruguai
sexta, 28 de outubro de 2022

Sempre tive o sonho de morar no Uruguai. Talvez eu me mude e ache uma baita porcaria, mas até lá o sonho permanece. Eu simpatizo com os uruguaios. Já os perdoei pela Copa de 50, até porque acredito que aquilo foi um acaso. Além disso, faltava um bom tempo para eu nascer. E depois disso atropelamos eles em Eliminatórias, Copa América... Então, sem ressentimentos.

 

A cultura e os costumes dos uruguaios são muito parecidos com os da gente, aqui no sul. O clima é quase idêntico. Como nós, eles têm o mate. Cada um do seu jeito, mas mate faz parte da rotina de ambos. Morar no Uruguai seria quase como morar aqui. Não tenho dúvida de que eu me sentiria em casa respirando o ar de lá.

 

E a comida dos caras? Top de linha. Lá você come a verdadeira paella. Lá também é muito conhecido o chivito, que não é nada mais, nada menos, do que um sanduiche com tudo dentro. Mas tudo mesmo. Aquilo que você imaginar, multiplique por 5 e está lá, dentro do chivito. Os uruguaios têm uma mão de ouro em termos de culinária.

 

Lembrei aqui: eles “brigam” com os argentinos sobre quem têm o melhor doce de leite. Na Argentina há maior quantidade, mas nada que desabone a absurda qualidade dessa delícia uruguaia. E já que meu sonho é morar em Montevidéu, vou deixar meu voto – com clubismo – para o Uruguai como melhor. E por falar em clubismo, já me vejo de camisa do Peñarol, frequentando assiduamente os jogos do time. Lá eu seria Peñarol, o maior deles.

 

Punta del Este... Sim, temos praia. Uma cidade turística que dá menos que “meia Frederico”, mas que é fantasticamente fantástica. Neste lugar, dizem, quem vai, quer ficar para sempre. Mais um forte motivo para que eu vá e fique.

 

Você viu o escandaloso erro de arbitragem no jogo da última terça-feira entre Flamengo e Santos? Vou tentar descrever: um pênalti dos mais claros que vi na vida não assinalado a favor do Santos e, na sequência da jogada, gol do Flamengo. O árbitro estava há cinco metros do lance, sem ninguém para atrapalhar a sua visão, o VAR não chamou (lance tão claro que nem seria para o VAR) e, acredite, ficou por isso. Simplesmente inacreditável, patético e nojento.

 

Como é que não vamos desconfiar? Quando é que poderemos ter esperança de que algum dia voltaremos a conquistar algo grande no futebol brasileiro? Garanto que lá no Uruguai o VAR também poderá errar, mas jamais com tamanha incompetência ou maldade (ou as duas coisas juntas) como aqui.

 

Por isso quero me mudar para o Uruguai. Lá não irei me estressar com as palhaçadas do futebol brasileiro. No máximo vou me incomodar com o “meu” Peñarol. E se isso acontecer eu dou um pulo em Punta para esfriar a cabeça, aproveitando para comer uma paella com um doce de leite de sobremesa. Amenizaria muito a raiva por uma derrota. A não ser que fosse um assalto como esse de terça passada. Aí nenhum doce de leite resolveria.

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