Através de projetos de extensão universitária o Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da UFSM - Campus de Frederico Westphalen tem atuado em parceria com escolas de Educação Básica nos municípios de Erval Seco, Palmitinho, Seberi e Taquaruçu do Sul. Nas ações desenvolvidas pelas equipes envolvidas nesses projetos são trabalhadas questões de Educação Ambiental por meio de jogos, brincadeiras e palestras que buscam a conscientização dos envolvidos acerca de temas como  sustentabilidade e cuidados voltados ao meio ambiente.

E uma importante informação que as equipes dos projetos de Educação Ambiental da UFSM divulgam nas Escolas evidencia as quantidades de resíduos sólidos urbanos que são destinadas mensalmente pelos municípios consorciados ao CIGRES - Consórcio Intermunicipal de Geração de Resíduos Sólidos. Este processo de destinação dos resíduos sólidos urbanos acarreta em um alto investimento de recursos públicos municipais, que é calculado proporcionalmente ao peso das cargas (em toneladas) de resíduos sólidos que chegam ao CIGRES, sendo que a parcela mais pesada desses resíduos é orgânica, uma matéria prima que pode ser transformada em adubo orgânico mas que acaba sendo desperdiçada.

Nas tabelas a seguir estão as quantificações em toneladas de resíduos sólidos enviadas mensalmente ao CIGRES pelos quatro municípios parceiros dos projetos de Educação Ambiental do Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da UFSM (quantidades referentes ao primeiro semestre de 2022).

Os dados quantitativos aqui expostos são provindos do Setor Administrativo do CIGRES e com esta divulgação busca-se chamar a atenção para uma importante questão ambiental que pode ser facilmente repensada pela população regional. 

Vale lembrar que um sistema eficiente de gerenciamento de resíduos sólidos (trabalho realizado no CIGRES) se baseia na minimização, reutilização, reciclagem, segregação, acondicionamento, transporte, armazenamento, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos, sobretudo com custos compatíveis à operacionalização do processo como um todo. Mas o fato é que as cargas de resíduos sólidos que chegam diariamente ao CIGRES (provindas de 31 municípios consorciados) apresentam em média 50% de resíduos orgânicos (os outros 50% correspondem a resíduos recicláveis e a rejeitos).

Assim, quando um município encaminha para o CIGRES cargas de resíduos sólidos com aproximadamente 50% de composição orgânica (fração mais pesada de cada carga), acaba onerando os custos financeiros de sua participação no Consórcio (cálculos efetuados em toneladas mensais), uma vez que este tipo de material acaba sendo destinado ao aterro sanitário e não gera receitas que poderiam ser abatidas dos custos de gerenciamento dos resíduos sólidos daquele município, tal como ocorre no caso dos resíduos recicláveis que são comercializados pelo CIGRES e uma parcela dos ganhos desta comercialização de recicláveis retorna para o município consorciado.

Desta forma, pensando em soluções sustentáveis, busca-se através dos projetos de Educação Ambiental da UFSM incentivar os estudantes das Escolas Básicas a realizar compostagem caseira dos resíduos sólidos produzidos em suas residências (em vez de encaminhá-los ao CIGRES). Se a compostagem for de fato realizada nas residências, além da possibilidade de transformar resíduo orgânico em um adubo de boa qualidade, se ajudará o município a economizar nos gastos mensais de encaminhamento dos resíduos orgânicos ao CIGRES. Assim, se estará gerando economia de dinheiro público municipal, além de se estar diminuindo o mau cheiro nas lixeiras das ruas, prevenindo a proliferação de ratos, moscas e baratas, aumentando a vida útil dos aterros sanitários localizados no CIGRES, contribuindo com a coleta seletiva e também com a segregação dos materiais secos no interior do Consórcio.

As experiências vivenciadas junto às Escolas de Educação Básica têm mostrado que a faixa etária estudantil é participativa e engajada nas questões ambientais, e assim se espera que os resultados dos projetos de extensão do Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da UFSM/FW sejam amplamente alcançados, uma vez que a Educação Ambiental desperta a capacidade de mudar hábitos e comportamentos, principalmente em se tratando das comunidades escolares.

*Texto escrito pela professora Patricia Rodrigues Fortes, com colaboração do professor Willian Fernando de Borba.