A indecisão da decisão eleitoral
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quinta, 21 de julho de 2022

Neste período de pré-campanha, os índices de eleitores indecisos nas pesquisas de opinião costumam ser altos, representando mais da metade de um eleitorado estudado.
A indecisão eleitoral exposta nas pesquisas costuma estar associada a três fenômenos:
a) desconhecimento dos pré-candidatos. A maioria dos eleitores só se informa sobre os candidatos no “tempo da política”, que é o período oficial das campanhas, quando esses eleitores são impactados pelos comerciais e pelo horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão.
b) dúvida sobre o melhor candidato. Uma parcela do eleitorado costuma ficar dividida entre mais de um candidato. São eleitores que demonstram uma insegurança sobre qual seria a decisão mais assertiva ou gostam de dois candidatos ao mesmo tempo.
c) desinteresse com o pleito eleitoral. Os eleitores que se mostram distantes da política mantêm a sua indecisão até a última semana da eleição, quando avaliam o contexto. Se as campanhas estiverem em uma onda positiva, com propostas inspiradoras, esses eleitores tendem a se posicionar. Caso contrário, se a campanha descambar para agressões mútuas, esse grupo de eleitores faz adesão ao voto branco ou nulo.
No que tange ao número de indecisos, a eleição de 2022 mostra uma tendência ímpar em relação à média histórica para o período. No cenário espontâneo para Presidente da República verifica-se um menor percentual de indecisos, apenas 1 em cada 10 brasileiros não sabe em quem votar para presidente.
Quando o teste estimulado é para Governador, o cenário muda radicalmente: 7 de cada 10 gaúchos não sabem em quem votar para Governador na questão espontânea. E se a pergunta é sobre a intenção de voto espontânea para Senador, 8 em cada 10 gaúchos não sabem em quem votar (em uma eleição que terá apenas um voto para Senador).
    O percentual de eleitores decididos para Presidente está associado à polarização nacional entre as candidaturas de Lula e Bolsonaro, que tem instigando o eleitor a se posicionar, fazendo com que os resultados da questão espontânea estejam próximos da questão estimulada. 
Esse comportamento está associado a um voto de adesão, com base em uma decisão programática e ideológica. Os eleitores que indicam o voto no Presidente Bolsonaro defendem suas pautas como a moralidade política, a defesa da família e a política de armamento. Os eleitores do Ex-Presidente Lula, também mostram reconhecimento de suas pautas, especialmente, as relacionadas aos programas sociais. 
O tema comum entre os dois candidatos será a economia. Os eleitores que defendem Bolsonaro apregoam que a economia foi prejudicada pela pandemia e o cenário eleitoral. Os eleitores que apoiam Lula, mostram um sentimento nostálgico, relembrando a estabilidade econômica de seu governo.
A agenda nacional ocupou o espaço do debate eleitoral e motiva a tendência desses eleitores a responderem às pesquisas eleitorais com a declaração espontânea em torno de um nome. 
 

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