A origem do batom e do delineador data da Antiga Mesopotâmia e do Egito dos Faraós e o uso pode ser comprovado nas inúmeras ilustrações, esculturas e afrescos expostos em museus de todo mundo como o busto de Nefertiti, em Berlim. A cosmetologia da época misturava vários produtos naturais e pigmentos, prevalecendo os tons alaranjados e avermelhados, o que resultava em tintas raras como a “púrpura de Tyr”, produzida na Fenícia. Os gregos não ficavam atrás e também tinham sua raiz vermelha “polderos”, mas, o tom exclusivo de vermelho brilhante, este só a rainha Cleópatra ostentava, oriundo de besouros macerados.  Quanto ao delineador, o lápis costumava ser de osso e a tinta, a base de minério de cobre na produção do “Khol” (nome atribuído ao delineador). Naquela época, o batom não era o “queridinho” das mulheres como agora e o uso do delineador não era exclusividade feminina, já que o hábito de delinear tinha a função de proteger os olhos do sol escaldante e da poeira. O revival do uso do delineador surgiu no final dos anos 70 e início dos anos 80, fortemente adotado pelas celebridades femininas e masculinas do mundo pop, punk e gótico. E agora, em pleno século XXI, vivendo uma pandemia sem precedentes e com o uso de máscaras há mais de um ano, as mulheres tiveram que deixar de lado o batom e voltar sua atenção para a área dos olhos. Item de maquiagem preferido das mulheres, o batom (21%) teve menos procura em 2020 em relação ao rímel (49%), conforme pesquisa realizada pela Google com mulheres de todo Brasil. Que os olhos transmitem força, atitude e sensualidade, ninguém duvida tanto que já faz uma década, que homens e mulheres se voltaram novamente a dedicar especial atenção as sobrancelhas. A extensão de fios juntamente com um belo par de sobrancelhas de parar o trânsito, passa a ser o sonho de consumo em tempos de pandemia, onde o uso da máscara dá holofote aos olhos. Sejam fartas e volumosas a La Brooke Shields ou naturais e aparadinhas a La Julia Roberts o importante é que sejam harmoniosas e reflitam a personalidade de seu dono (a). Particularmente, sempre dei atenção a make dos olhos e o batom, nunca fez parte do meu nécessaire, quando muito, optava por um na cor nude. Assim como na moda, a make confere estilo e revela a personalidade de cada um e, se conhecer e assumir seu estilo, é bem melhor do que tentativas infrutíferas de mimetizar celebridades e youtubers, sendo um exercício de autoestima e autocuidado.

Bons Ventos! Namastê.