Lixo ou resíduo sólido? E qual o problema?
**Os artigos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores, não traduzindo a opinião do jornal O Alto Uruguai
quarta, 01 de junho de 2022

Dentre os problemas ambientais atuais que assolam os municípios, pode-se citar a geração crescente de resíduos sólidos, resultando em um grave problema socioambiental, que afeta os padrões atuais insustentáveis de produção e consumo, e que provoca impactos ambientais e de saúde pública que precisam ser enfrentados, reavaliados e solucionados. 
Um dos passos para a solução dessa problemática ambiental é entender que a palavra lixo, tem uma conotação negativa e um significado de tudo que é descartável, inservível e que não tem valor. E a forma mais correta é chamar de resíduos sólidos (mesmo que sejam incluídos resíduos semissólidos e alguns líquidos).
A Lei 12.305/2010 estabeleceu no Brasil a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), definindo o conceito de resíduos sólidos, que são todos os materiais, substâncias, objetos ou bem descartados resultantes de atividades humanas em sociedade que devem ter outra destinação como a reutilização e a reciclagem. Sendo assim, o que para muitos é inservível, ainda tem algum valor e pode ter um fim mais nobre do que ser aterrado. 
No Brasil, somente no ano de 2019 foi gerado mais de 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos, segundo os dados do Inventário Nacional (SINIR), e deste montante gerado, o processo de reciclagem não chega a 20%, mostrando que temos um grande desafio pela frente. A geração per capta na nossa região é de 0,5 - 0,6 kg/habitante/dia e, mais de 60% dessa geração diária é composta por resíduos orgânicos, que poderia ter uma destinação bem mais adequada do que ir para aterro sanitário. 
Outros conceitos importantes de serem conhecidos, que a PNRS traz é o da responsabilidade compartilhada e a logística reversa, que colocam todos nós como responsáveis no processo de gestão dos resíduos sólidos. Dentre uma das obrigações do está a colaboração com o manejo correto dos resíduos, seja na separação adequada em casa (reciclável, orgânico e rejeito), seja a participação nas campanhas elaboradas pelos municípios, universidades e projetos, bem como a correta destinação nos ecopontos dos resíduos participantes da logística reversa.
São exemplos de resíduos sólidos especiais que devem ser levados a pontos de coleta específicos: embalagens utilizadas de agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes e suas embalagens, lâmpadas fluorescentes, medicamentos e os produtos eletroeletrônicos. 
Que tal conhecer mais sobre esse assunto? Além de estar em dia com a legislação vigente podemos adotar uma visão mais proativa e ter muitos ganhos com isso, seja na esfera ambiental, social e econômica. Procure conhecer os ecopontos do seu município, separe seus resíduos adequadamente e se puder tenha uma composteira caseira. Estamos aqui para te auxiliar. Vamos juntos em busca da sustentabilidade ambiental. 

*Texto da professora-doutora Aline Ferrão Custodio Passini, com colaboração do professor Alexandre Couto Rodrigues.
 

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