O manual da vida
**Os artigos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores, não traduzindo a opinião do jornal O Alto Uruguai
segunda, 25 de abril de 2022

Hoje em dia, existem manuais para todos os fins, que ditam quais as 10 coisas que não devemos deixar de fazer antes de morrer, ou os vinte lugares imprescindíveis de conhecermos durante a vida, sem falar nas dicas infalíveis para perder peso ou conquistar alguém. Mas será que esse ditame de regras funciona na prática? Em suma, todos procuram dar dicas (inclusive eu), que proporcionem felicidade e contentamento na vida, mas será que chegamos ao ponto de precisar de manuais para bem viver? As editoras dos famosos best-sellers de autoajuda, assim como os palestrantes nessa área, agradecem o quanto tem sido investido nas últimas décadas nesse ramo. Assim, hoje no lugar de “dicas”, seguem reflexões com a permissão de digressões, pois não há regras para ser feliz e nem modelos de felicidade utópica vistos nos comerciais e capas de revista. 
A vida da grande maioria das pessoas está alicerçada da díade: vida pessoal e vida profissional, de modo que, se conseguirmos equilibrar esses dois fatores de forma satisfatória, logo, teremos mais chances de felicidade. Então, a partir dessa premissa, podemos pensar na importância que reside em escolhermos a profissão correta, que combine com nosso estilo de vida – já que passamos um terço de nossa jornada diária no trabalho. Sabemos que nem todos têm a oportunidade de escolher seu futuro profissional e que, situações pessoais levam a outros caminhos que não os almejados, mas a ideia é ser/continuar assertivo. E, em primeiro lugar, entender o que você deseja para o seu futuro sem se deixar influenciar por imposições alheias ou societais. Diria que não é nada nobre um pai exigir do filho ser um causídico se o mesmo sonha em ser um pintor ou um artista. Pois, foi-se o tempo em que se dizia ser o artista ou poeta um vagante, prófugo e ocioso. O certo é que quando temos vocação para realizar algo, nos imbuímos com tamanho afinco que não há desafios ou mercado competitivo que nos impeça de perseverar. E, se por acaso quisermos seguir as tendências de mercado, deveremos ter, no mínimo, um diploma de graduação, um pós latu sensu, ter fluência no idioma inglês e desejavelmente dominar outra língua, além de vivências de estágio e profissionais.
Em âmago pessoal, as considerações não são muito diferentes, porém, mais diversas devido ao nosso jeito heterogêneo de ser. Portanto, não fique a soçobrar em um mar sem destino esperando mudar a maré! Seja qual for seu credo, opção sexual, tendência política ou escolha profissional, se entregue em tudo que fizer e não espere demais, pois com o imediatismo da vida hodierna, os príncipes deram lugar a homens de carne e osso, defeitos e qualidades e, as princesas, já não são tão donzelas assim. Já sabemos que o mundo não é um conto de fadas como o que pensávamos quando crianças. Então, o jeito é viver o real, fazer escolhas corretas e deletar o que nos incomoda, mimetizando o que Clarice Lispector pregava “Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento”.
Bons Ventos! Namastê. 
 

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