Quando você crescer, talvez não tenha emprego
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segunda, 31 de maio de 2021

Cá estou eu, citando novamente o Harari, em uma de suas obras que está circulando pelo mundo sobre as 21 lições do Século XXI. Ao desvendar o tema trabalho, o autor traz essa afirmação que pode nos trazer uma série de inquietudes. Afinal, como responder a isso? Sempre teremos emprego, a carreira se constrói, somos fruto de uma geração que ainda precisará (e muito) de nossa profissão.

Em 2050, o meu filho estará com 32 anos, e quero estar lá para lembrá-lo dessa profecia! Afinal, nós conseguimos pensar sobre como será o mercado de trabalho em 2050? A robótica e a inteligência artificial tendem a trazer muito mais eficiência ao que tange o universo do mundo das profissões e o que temos hoje, não necessariamente existirá neste “curto” espaço de tempo.

Os temores e rumores de que a Revolução Industrial tiraria e nos ceifaria de muitos processos. O outro lado é pensar que poderemos assistir a outros desenvolvimentos.

A grande boa questão que o autor ressalta é “desde o início da Revolução Industrial, para cada emprego perdido para uma máquina pelo menos um novo emprego foi criado, e o padrão de vida médio subiu consideravelmente”.

E aí é que vem dica “de ouro” sobre o mundo das profissões: aprender, analisar, comunicar e, acima de tudo, compreender as emoções humanas. Isso porque mesmo que os processos de automação serão mais ágeis e programados para produção. É este humano que vai garantir seu “emprego” se tiver habilidades e competências como as descritas acima para transitar neste complexo e paradoxal momento. O comportamento humano, na previsão de decisões humanas, será a grande chave para a virada de quem terá seu posto de trabalho garantido ou não.

Quando falamos de ascensão de tecnologia da informação, necessitamos entender de biotecnologia, de processamento de informação, de análise e de inteligência emocional que interpreta, ressignifica e temporaliza novos pensares e fazeres. É a disrupção somada de projeção, de um novo pensar, um novo agir e um novo existir.

Haverá muitos binômios que serão presentes em nossos cotidianos. Criatividade e automação, por vezes, não andam no mesmo caminho. Posso ouvir músicas e baixar elas em dois cliques, mas para compor e instrumentalizar a música, ainda preciso de um humano conectado à emoção. Harari ainda ressalta que poderíamos contrapor que, ao se trocar indivíduos humanos por uma rede de computadores, perderemos as vantagens da individualidade. “Por exemplo, se um médico humano fizer um diagnóstico errado, ele não vai matar todos os pacientes do mundo e não vai bloquear o desenvolvimento de todos os novos medicamentos. Em contraste, se todos os médicos são, na verdade, um único sistema, e se esse sistema comete um erro, os resultados podem ser catastróficos. No entanto, um sistema integrado de computadores pode maximizar as vantagens da conectividade sem perder os benefícios da individualidade”.

Precisamos de inteligência, de atitude, seres humanos que recriem seus espaços profissional e sem perder seu humanismo e conquistar com sua competência   

Então, Pietro, mamãe e papai vão te perguntar em 2050: que capacidades e inteligências cognitivas, físicas e emocionais você desenvolveu para estar e manter-se em seu empregou e/ou criar seu emprego e seus empregos.

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