Bota ponta, Telê!
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sexta, 24 de setembro de 2021

Sou do tempo em que o craque usava a 10. Havia outros vários craques com outras camisas também, mas o 10 era o “cara”. Neste tempo o 6 marcava o 7, o 2 marcava o 11 e o 3 e o 4 se revezavam para cuidar do 9.
Chamam o futebol de hoje de moderno, mas o fato é que esse “moderno” muitas vezes o deixa chato e burocrático. Perdemos consideravelmente o drible, a audácia, a malandragem do bem. Eu gostava – e muito – do futebol antigo, da época do 4-3-3 que eu via nos anos 80. Dois pontas, um camisa 9 centralizado e nenhum deles marcava. No máximo o que a turma da frente marcava era gols.
Entendo o trabalho dos técnicos atuais e suas obrigações de se adaptar à então modernidade, mas os jogos andam bem mornos, já que tudo começa a ficar mecanizado e sem graça. Bom mesmo era o tempo que o camisa 7 – ou 11 – partia para cima do lateral, passava por ele com uma caneta ou drible da vaca e cruzava na marca do pênalti para o camisa 9 “guardar”. Hoje em dia o 7 e o 11 são falsos pontas, fecham o meio e se obrigam a correr atrás justamente do 2 e do 6, os quais devem se sentir orgulhosos em afirmar que o mundo dá voltas.
Não estou querendo dizer que tudo esteja errado no futebol de hoje. Apenas sinto saudade dos três atacantes e até imagino que você possa me dizer que os times atuais atacam com cinco ou seis, o que eu iria concordar. Faço, porém, uma referência nostálgica em quem sabe um dia poder ver novamente o 5 sendo o cabeça de área, o 8 ser um meio-termo e o 10 ser o cara que chega na frente com os três citados. Já inventaram tanta coisa retrô, por que não uma espécie de volta do 4-3-3 das antigas?
Tudo isso me fez lembrar o Zé da Galera, um dos personagens do Jô Soares, o qual vivia em um orelhão ligando para o Telê Santana e pedindo para que o técnico “colocasse o ponta” na Copa de 82. E na vida real o Telê não colocou. Será que não foi por isso que perdemos para a Itália?


JOGO RÁPIDO

- União Frederiquense joga na tarde de hoje, na Arena, contra o Tupi. Nada de jogo jogado, afinal o adversário está no meio do caminho entre as zonas de classificação e de rebaixamento. Não tenha dúvida, eles darão a vida nesta partida.

- Independente de qualquer resultado logo mais, o União não perde a segunda colocação na rodada, podendo inclusive terminá-la na liderança da chave. Regularidade e consistência sendo premiadas.

- Inter brigando por vaga a Libertadores, Grêmio criando corpo para sair do Z4 e Juventude perdendo força, dando sinais de que pode cair. Este é o cenário do futebol gaúcho no Brasileirão.


 

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